A região central de São Bernardo está livre do Centro de Detenção Provisória (CDP), que seria construído na Avenida Armando Ítalo Setti, no Bairro Baeta Neves. A transferência do Cadeião para uma área situada na rodovia dos Imigrantes só foi possível graças a um acordo estabelecido entre o prefeito William Dib e o governador Geraldo Alckmin. O anúncio da mudança foi feito pelo prefeito na tarde de quinta-feira, 13 de março, em entrevista coletiva no Paço Municipal.
No mês passado, a Prefeitura havia encaminhado à Secretaria de Assuntos Penitenciários do Estado uma proposta, já aceita, para a construção da cadeia em um terreno nos arredores da Imigrantes – em local despovoado da cidade e fora das áreas de proteção ambiental.
“Nunca, em nenhum momento, fomos contrários à construção de um CDP na cidade. Não queríamos que fosse feito em área urbana. Muitos não entenderam isso e nos criticaram injustamente. Mas prevaleceu o bom senso e a vontade popular”, disse Dr. Dib, para depois anunciar que a Prefeitura ajudará o Estado na construção do novo CDP. “O valor ainda não está definido, mas isso será feito. No prazo de 15 a 20 dias já estaremos desapropriando a área do novo Cadeião”, anunciou.
A área a ser desapropriada pela Prefeitura para que o Estado construa o novo CDP tem 41 mil m². O acesso ao Cadeião não será feito pela Imigrantes. “O acesso será apenas por via municipal. O secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, acha que o acesso pela Imigrantes seria prejudicial por questões de segurança”.
No pronunciamento que precedeu a coletiva, o prefeito destacou a importância da participação popular e dos vereadores da bancada de sustentação do governo na “batalha” contra a construção do CDP em área urbana. “Sem a pressão da sociedade essa conquista ficaria mais difícil. A participação da sociedade como um todo foi fundamental, com a mudança da Lei de Zoneamento, que impede a instalação de cadeias em área urbana”.
A Prefeitura estuda construir no local onde seria erguido o CDP uma unidade de Saúde ou de Cultura e Lazer. A área tem cerca de 7 mil m². Além de secretários municipais e vereadores, também acompanharam a entrevista coletiva o presidente da OAB, seção São Bernardo, Ferdinando Credídio, e representantes da Associação Viva Bem São Bernardo, contrária à obra no centro da cidade. “Prevaleceu o bom senso. É um alívio. Sempre confiamos nesse resultado”, comemorou o presidente da entidade, Masaharu Shiratori. Agora, o acordo precisa ser ratificado pelo Ministério da Justiça, pois parte dos recursos para a obra vem do governo federal.
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