O sub-relator da Comissão de Fundos de Pensão da CPI dos Correios, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), afirmou hoje que há indícios de que os investimentos dos fundos de pensão feitos no Banco Rural e no BMG tenham abastecido o valerioduto.
Segundo ele, existem ligações entre as datas dos pagamentos feitos pelo esquema do valerioduto com investimentos de fundos de pensão feitos nestes dois bancos.
De acordo com os dados apresentados nesta terça-feira, em 2004 houve um direcionamento para que os fundos de pensão investissem nos dois bancos. "É inegável que os fundos passaram a olhar de forma diferenciada o Rural e o BMG", disse ACM.
Segundo dados apresentados, os investimentos nos dois bancos em 2004 pelos 12 fundos analisados foram de mais de R$ 533 milhões, enquanto que no ano anterior, os investimentos foram de cerca de R$ 48 milhões.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) reage às afirmações do sub-relator alegando que todos os fundos que têm investimentos nos bancos aumentaram os investimentos na época, e não apenas os fundos federais.
Dados obtidos pela senadora no SPC mostram que grande parte dos fundos estavam com investimentos crescentes em 2004, incluindo os privados."Não acredito que fundos privados apliquem no mercado para ter prejuízo. Assim, podemos concluir que as vantagens no mercado para aplicações no BMG e Rural eram boas. Isso justifica os investimentos federais", argumenta ela.
Ideli diz ainda que, como professora de matemática, sabe que "números podem ser ajustáveis para dar sustentabilidade a coisas que não existem", dando a entender que o cruzamento de informações foi manipulado.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), por sua vez, disse concordar com os dados apresentados pelo sub-relator ACM. "A primeira vista me alinho a sustentação do sub-relator", concluiu ele.
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