A Vila Isabel conquistou o seu segundo título no Grupo Especial de Carnaval do Rio de Janeiro em 60 anos de história. A escola, que esteve entre as cinco primeiras desde o começo da apuração, terminou empatada com a Grande Rio, mas ganhou pelo critério de desempate (perdeu apenas 0,1 contra 0,2 da rival no quesito samba-enredo). As duas agremiações rebaixadas foram Caprichosos de Pilares e Acadêmicos da Rocinha.Patrocinada pelo governo de Hugo Chávez, da Venezuela, por meio da estatal petrolífera PDVSA, que deu US$ 1 milhão (R$ 2,11 milhões) à escola, a Vila Isabel levou para a Sapucaí o tema Soy loco por ti América - A Vila canta a latinidade.
Assim que a apuração terminou, muitas bandeiras da Venezuela podiam ser vistas no meio do público que lotou a quadra da Vila Isabel.
Mais: o presidente da agremiação, Wilson Moisés Alves, chegou a fazer um agradecimento público ao governo Chávez. "Quero agradecer especialmente à PDVSA pelo apoio, que foi decisivo", disse.
A escola foi considerada a mais tecnicamente perfeita da primeira noite de desfiles, à exceção de uma pequena falha na apresentação da porta-bandeira.
A Vila Isabel surpreendeu com uma comissão de frente com componentes vestidos de bananas e com baianas de fantasias luxuosas, repletas de paetês e jutas. A escola desfilou com 3.600 componentes, distribuídos em 34 alas. Oito carros alegóricos e 16 destaques complementaram o desfile, pontuado por muita competência na evolução das alas e na movimentação das alegorias.
A escola não teve a presença na avenida de Martinho da Vila, que não participou por desentendimentos com a direção da Vila Isabel. O carro mais marcante foi justamente o último, com estrutura acoplada, que trazia um boneco de 14 metros de altura representando o líder Simón Bolívar, ídolo de Hugo Chávez. Numa das mãos, o boneco segurava um coração piscante em vermelho e, para surpresa da platéia, sentava-se num trono alado.
A Vila Isabel nasceu em 1946, de um bloco conhecido como Vermelho e Branco. O afastamento de alguns componentes resultou na criação de um time de futebol com as cores azul e branco, posteriormente transformado em um novo bloco carnavalesco, fundado por Antônio Fernandes da Silveira, o "China".
|