O delegado seccional de Ribeirão Preto (SP), Benedito Antônio Valencise, confirmou hoje, na CPI dos Bingos, o que ouviu do advogado Rogério Buratti em depoimento à polícia. Buratti foi secretário municipal durante a gestão do então prefeito de Ribeirão Preto (SP), Antonio Palocci, e revelou um sistema de propina que existia na cidade com a empresa de lixo Leão Leão.
De acordo com o delegado, Buratti informou à polícia que o sistema começou a ser operado em 2001 e era coordenado por Palocci e pelo proprietário da Leão Leão, Luis Carlos Leão. Ainda segundo o delegado, a empresa repassava R$ 50 mil por mês para poder operar na cidade e fornecia uma outra quantia que ficava a disposição do prefeito para ser usado para despesas de campanha.
Valencise informou que com esse sistema a prefeitura de Ribeirão Preto tinha prejuízo mensal de cerca de R$ 400 mil. O delegado informou ainda que o Buratti deixou claro que o acerto era feito diretamente entre o prefeito e o proprietário da empresa.
O delegado também citou o nome de duas pessoas para quem Palocci passava as ordens de ir recolher o dinheiro. Mauro e Marilene, funcionários da prefeitura, comprovaram o sistema em depoimento, mas uma outra funcionária, Luciane, negou a existência do negócio. Na opinião do delegado, a pessoa que negava "olhava de uma maneira ameaçadora para quem confirmava", durante o depoimento.
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