Não deixe o dia-a-dia te levar ao desânimo, cansaço e por fim a fadiga

 

Mulher - 19/03/2003 - 19:43:20

 

Não deixe o dia-a-dia te levar ao desânimo, cansaço e por fim a fadiga

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Quando olhamos um carro parado no meio da rua de tanque vazio pensamos, primeiro no coitado – e desatento – motorista, e depois em nós mesmos e nas nossas energias. No caso do carro, basta um rápido galão de combustível para botar o bichinho andando de novo. Já no nosso, quando paramos no meio do caminho por falta de energia, nem sempre um bom prato de comida – nosso equivalente mais óbvio à gasolina do carro – é a solução para o problema, principalmente quando esse “enguiço” se torna algo rotineiro. Na verdade, as causas para a sensação de cansaço permanente podem ser muitas. Mas todas elas têm mais ou menos a mesma coisa a dizer: já está passando da hora de levar a “máquina” para revisão no médico mais próximo. Uma das possíveis e mais evidentes origens da fadiga são as noites maldormidas. Como todo mundo sabe, o sono é fundamental para repor nossas energias e, basta apenas uma noitezinha intranqüila para que qualquer mortal sinta na pele e no resto do organismo as conseqüências da falta de descanso. Mas um sono competente, aquele que cumpre o seu papel e nos deixa absolutamente dispostos no dia seguinte, não se faz apenas de longas horas sobre o colchão. “Demoramos cerca de 90 minutos para chegar ao sono profundo, que é o reparador. Se acordamos, por exemplo, de três em três horas, não conseguimos descansar o suficiente. O ideal é manter um sono regular, tranqüilo. Oito horas de sono agitado pode cansar ainda mais”, garante o clínico geral Roberto Horcades. De madrugada, alguns fatores externos podem ser fundamentais para ter um sono de anjinha e acordar encapetada. “Manter uma rotina de sono é importante, como estabelecer um horário diário para ir deitar, evitar agitação, alimentos pesados e estimulantes como café, à noite. Um ambiente tranqüilo, com pouca claridade e barulho também são importantes”, aconselha o médico. Por trás do sono inquieto, entretanto, pode estar algo além dos filhos pequenos do vizinho ou da obra da companhia de gás na rua da frente. A depressão pode ser, além da causadora das noites intranqüilas, uma fonte a mais para o cansaço que toma conta do resto do dia. “A falta de entusiasmo, de reconhecimento e de prazer nas tarefas do dia-a-dia podem gerar uma sensação de angústia que se reflete na falta de disposição e no cansaço físico. É a depressão endógina, causada pela carência de serotonina no organismo, uma substância responsável pelas sensações de prazer”, explica o endocrinologista Geraldo Medeiros, lembrando que uma das melhores formas de estimular a produção de serotonina está na prática de exercícios físicos. É verdade que, para quem está já com a sensação de que correu uma maratona, embora só tenha percorrido o circuito cama-banheiro, a idéia de se exercitar pode até parecer irônica. Mas é nessa hora que a força de vontade faz a diferença. “Quem já está num grau de prostração grande vai encontrar dificuldades para sair da cama, mas é preciso vencer isso. Caso contrário, é melhor procurar a ajuda de uma terapia psicológica”, afirma o Dr. Geraldo. Distúrbios orgânicos também podem ser a causa de tamanha exaustão. Um deles é a carência de ferro para a produção de hemoglobina, a popular anemia. “Ela é freqüentemente causada por má alimentação. Mas também pode ter origem também em alguma disfunção da menstruação”, alerta o Dr. Roberto. “Se for constatada a anemia, a ajuda de um ginecologista pode ser valiosa”, acrescenta. Outra possibilidade são problemas na tireóide. “Ela pode estar produzindo pouca ou muita tiroxina, que é a substância que regula o ritmo do funcionamento do organismo. Ele pode estar funcionando de forma lenta ou rápida demais”, explica o Dr. Geraldo, ressaltando, ainda, a importância de uma alimentação rica e balanceada. “O organismo precisa de nutrientes das mais diversas fontes. É muito importante ter uma dieta que inclua açúcares, carboi-dratos, proteínas e gorduras de forma bem distribuída”, diz ele. Mas, se todos esses problemas tiverem sido descartados, há ainda uma doença debilitante por exce-lência, a Síndrome da Fadiga Crônica, desencadeada, geralmente, por uma situação de estresse prolongado. “Ela pode surgir, por exemplo, quando um problema de difícil solução se arrasta por mais de seis meses. Pode ser em decorrência de uma cobrança excessiva, um preparo físico muito intenso, um rancor ou um problema financeiro”, explica a Dra. Jane Corona, especialista em Nutrologia e autora do livro “Fadiga Crônica”, da DP&A Editora. Cheia de disfarces, a SFC, como é chamado o problema, conta ainda com a ajuda de outro fator bastante comum quando um diag-nóstico é difícil: a automedicação. “Os antibióticos exterminam as bactérias intestinais, nossa fábrica natural de vitaminas. A falta de bactérias nos deixa a mercê dos fungos, sendo que alguns produzem uma quantidade excessiva de gases e liberam toxinas que acabam sendo absorvidas pela mucosa do intestino, deixando a pessoa com uma fadiga intensa. Os antiácidos modificam o pH do estômago, diminuindo a absorção de minerais, principalmente o zinco, ferro, cálcio e a absorção de vitamina B12, a principal vitamina quando se fala em energia. E os antiinfla-matórios, que geralmente são da mesma família que o cortisol, o hormônio que o organismo libera quando estamos estressados, acabam deprimindo o sistema imunológico”, garante ela. O tratamento da Fadiga Crônica envolve psicanálise, ajuda de nutricionistas e até terapia corporal. Portanto, aquela falta de disposição persistente pode ser reflexo de algo realmente sério e não é preciso chegar aos mil quilômetros rodados para fazer o primeiro check-up. Se cuidando aos primeiros pinos batidos, o problema pode ser evitado e o ânimo sempre garantido.

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