O ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, solicitou nesta terça-feira ao Ministério Público Federal que indique um representante para acompanhar o inquérito que apura a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo do Santos Costa. Segundo a assessoria de Bastos, o ofício endereçado ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pede que um procurador-geral seja indicado "com a urgência que o caso requer".
A iniciativa do ministro da Justiça foi interpretada como um sinal de que ele deseja preservar a Polícia Federal das suspeitas levantadas pelo próprio caseiro, de que a instituição teria participado do vazamento ilegal dos dados bancários.
Francenildo, que é testemunha contrária ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na CPI dos Bingos, teve os dados de sua conta na estatal Caixa Econômica Federal divulgados na última sexta-feira pela revista Época.
Ele recebeu depósitos de cerca de R$ 25 mil desde janeiro, assumidos pelo empresário piauiense Eurípides Santos. O caseiro diz que Santos seria seu pai natural, o que é negado pelo empresário.
O vazamento ilegal constrangeu o governo e reativou os ataques da oposição no Congresso. Em discurso na noite de segunda-feira, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que perdeu a confiança no ministro da Justiça.
"Minha confiança no Marcio Thomaz Bastos hoje é nenhuma", disse Virgílio, pondo em dúvida, antecipadamente, as conclusões do inquérito da PF.
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