O ataque liderado pelos Estados Unidos contra o Iraque ao amanhecer desta quinta-feira (pelo horário de Bagdad) não tardou a desencadear uma reação mundial, a qual revelou opiniões divididas sobre a guerra.
Membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas condenaram o início da campanha militar, classificando-a como uma violação do direito internacional.
A China, que, como a França e a Rússia, havia defendido uma solução diplomática sob os auspícios da ONU, pediu o fim imediato da ação militar e a retomada dos esforços para resolver a crise pacificamente.
Kong Quan, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, declarou em uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira, que a guerra era uma violação da Carta da ONU e do direito internacional.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que não havia justificativa para uma campanha militar, a qual chamou de “um erro político”. Putin pediu o fim dos bombardeios, acrescentando que continuará empenhado em buscar uma solução política para a crise.
A França, que ameaçou vetar uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso da força contra o Iraque, “expressou sua mais profunda preocupação com o início da operação militar”.
A Alemanha afirmou estar consternada com o início da campanha militar e ofereceu ajuda humanitária à população iraquiana.
“Agora tudo tem que ser feito para se evitar um desastre humanitário” no país, defendeu a nota divulgada pelo governo alemão.
A Índia, no entanto, manteve seu silêncio.
Seu vizinho e inimigo, o Paquistão, declarou que não apóia a guerra contra o Iraque e continuará pressionando pela paz, de acordo com o ministro da Informação, Sheikh Rashid Ahmed.
Outros países muçulmanos expressaram forte oposição. O vice-primeiro-ministro da Malásia, Abdullah Ahmad Badawi, disse durante um pronunciamento pela televisão que o ataque era “uma marca escura na história”. A presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, afirmou que seu governo se opunha fortemente ao ataque e exortou as Nações Unidas a convocar uma reunião urgente para discutir o assunto.
O presidente do Brasil, Lula, lamentou o início do conflito e disse que “preocupa-nos o sofrimento de inocentes, cujas vidas devem ser preservadas. Faço um apelo para que sejam respeitadas as normas do direito internacional, principalmente no que se refere a proteção das populações civis e dos refugiados”
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