Com Palocci incriminado, Bastos tenta sair da "linha de tiro"

 

Politica - 04/04/2006 - 16:59:05

 

Com Palocci incriminado, Bastos tenta sair da "linha de tiro"

 

Da Redação com Reuters

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci fortemente implicado no inquérito da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, procura sair da "linha de tiro" em que os desdobramentos do caso podem colocá-lo. Dois assessores de Bastos - o chefe de gabinete, Cláudio Alencar, e o secretário de Direito Econômico, Daniel Krepel Goldberg - confirmaram a participação de Palocci na violação do sigilo. Com essa confirmação, a PF considera, segundo uma fonte da corporação, ter indícios suficientes para indiciar Palocci pelos crimes de violação de sigilo funcional, abuso de poder e advocacia administrativa. O ex-ministro depõe à PF na quarta. Os auxiliares de Bastos foram ouvidos pelo delegado Ricardo Carneiro Gomes, chefe do inquérito, no domingo, quando a imprensa já havia divulgado que Goldberg estivera na casa do ex-ministro na noite de 16 de março, ocasião em que o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, entregou a Palocci cópia do extrato de Francenildo, conforme seu depoimento à PF. A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça informou, nesta segunda, que Goldberg e Alencar já haviam enviado ofício à PF, semana passada, oferecendo-se para dar informações sobre o caso. Palocci foi demitido há uma semana, depois que Mattoso confessou, na PF, ter entregue a ele o sigilo violado de Francenildo. Depoimentos Goldberg afirmou no depoimento que o então ministro da Fazenda pediu-lhe que fizesse algum tipo de apuração contra o caseiro por meio de sua área na Justiça. Também teria solicitado a ele e a Alencar que verificassem junto à PF a possibilidade da abertura de um inquérito para investigar o caseiro. Os pedidos teriam sido feitos no dia 16 de março. Alencar e Goldberg afirmaram, ainda, terem visto Mattos no casa do então ministro da Fazenda naquela data. Ambos afirmaram ter retornado à casa de Palocci na manhã seguinte, dia 17, para informá-lo que não seria possível a investigação policial. A revelação traz o ministro da Justiça para o centro da crise. Bastos já havia sido bombardeado pela oposição no Congresso quando da divulgação dos dados do caseiro em reportagem da revista Época. Havia suspeitas, levantadas pelo próprio Francenildo, de que o vazamento tivesse partido da PF, órgão subordinado ao Ministério da Justiça. O ministro da Justiça, por sua influência junto a Lula, tornou-se alvo natural dos partidos de oposição após a queda de Palocci. No dia seguinte à demissão do ministro, um dirigente da oposição disse à Reuters que a estratégia era transformar Bastos na "bola da vez". O tiroteio contra ele deverá se intensificar diante da revelação feita por seus auxiliares. Thomaz Bastos passa o dia de hoje no Rio de Janeiro onde participará de diversos eventos. Um deles será a assinatura de termo de cooperação técnica entre os ministérios da Justiça e das Cidades para a regularização fundiária das favelas do Vidigal e da Rocinha.

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