O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, cobrou nesta sexta-feira explicações sobre a atitude do governo brasileiro frente à crise da Bolívia com a Petrobras, questionando se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi avisado antes da nacionalização do setor de petróleo e gás daquele país. "A posição do governo foi dúbia e submissa", disse Alckmin aos jornalistas em São Paulo. "O presidente deve uma série de explicações ao povo brasileiro e eu cobro essas explicações. Primeiro, se ele foi avisado, se o governo brasileiro foi comunicado, seja formal ou informalmente, de que os ativos da Petrobras seriam expropriados."
O governador disse ainda que o presidente deveria explicar por que não fez uma "condenação explícita da ação unilateral e violenta" da Bolívia em relação à Petrobras. Por último, condenou a forma como o Brasil aceitou a "ruptura unilateral de um contrato que vai até 2019".
Na segunda-feira, a Bolívia nacionalizou o setor, ocupando militarmente as instalações petrolíferas no país. "O presidente Evo Morales (Bolívia) já tinha dito isso em campanha eleitoral, que iria agir dessa forma, e na realidade teve o apoio do presidente Lula e, depois, o aplauso após sua eleição."
Pobreza
Após suas críticas ao governo, Alckmin foi questionado pelos jornalistas sobre o andamento de sua campanha eleitoral, principalmente após a divulgação de uma pesquisa na quarta-feira na qual Lula havia reduzido pela metade a vantagem que o ex-governador tinha no Estado de São Paulo.
"A campanha não poderia estar indo melhor", disse, ressaltando que a campanha eleitoral, de fato, só pode começar em julho e que as alianças políticas estão sendo negociadas entre os partidos de oposição.
Alckmin comentou que sua campanha irá focar na "diminuição da pobreza", trabalhando na melhoria da qualidade de vida da população. Ele citou como fontes de preocupação os setores da segurança pública, da educação e do emprego e da renda.
Sobre a greve de fome do pré-candidato do PMDB à Presidência Anthony Garotinho, o tucano prestou sua "soliedariedade". "Não faço análise subjetiva, só me preocupo com a saúde (dele). Espero que ele se recupere rápido e termine a greve de fome", disse.
|