O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou a seus assessores, de forma definitiva, que não participará de debates na televisão durante a campanha presidencial. Com isso, Lula quer evitar ser alvo do ataque, ao vivo, de todos os seus adversários juntos, de acordo com a Folha de S.Paulo. A estratégia foi a mesma usada por Fernando Henrique Cardoso, que disputou duas eleições presidenciais em 1994 e 1998.Na campanha presidencial de 2002, Lula aceitou ir à televisão, mas o PT conseguiu reduzir o número de debates. O candidato petista acredita que, sem a sua presença nos debates, o dano eventual será menor. Conforme a TV Globo tem anunciado aos candidatos, a cadeira daquele que não comparecer ficará vazia.
Porém, a Globo, uma das emissoras que faria o debate, acertou que apenas quatro candidatos participariam dos debates: Lula, Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (Psol) e Cristovam Buarque (PDT). O petista acredita que, caso o debate aconteça só com os três concorrentes mais diretos de Lula, a situação será delicada para Alckmin e Heloísa Helena.
Levando em conta que os dois teriam firmado um pacto de não-agressão para atacarem Lula, sem a presença do petista, Alckmin passaria a ficar sujeito aos ataques verbais de Heloísa Helena, o que não seria bom para a imagem do tucano. Sem Lula, acreditam alguns petistas graduados, o debate tenderia a perder audiência depois dos primeiros 15 minutos, segundo a Folha.
O saldo, de acordo com a interpretação de Lula, seria favorável à reeleição. A estratégia, no entanto, pode ser revista caso Lula venha a participar de um segundo turno.
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