A Ferrari e Michael Schumacher agora ameaçam a Renault na temporada de Fórmula 1, após uma vitória esmagadora na Alemanha no último domingo.
O terceiro triunfo consecutivo de Schumacher, o quinto deste ano, marcou uma virada psicológica na disputa pelo título. Antes da prova de Hockenheim, Fernando Alonso só precisava chegar em segundo lugar em todas as corridas remanescentes para conquistar o bicampeonato.
Os cálculos agora mudaram. A vantagem do espanhol com relação a Schumacher caiu de 17 para 11 pontos, faltando seis corridas. A Renault tem agora apenas dez pontos de vantagem no Mundial de Construtores.
"Ele (Alonso) terá agora de nos derrotar em pelo menos uma corrida para conquistar o campeonato", disse o diretor-técnico da Ferrari, Ross Brawn. Sua equipe obteve a segunda dobradinha em três corridas, enquanto Alonso chegou apenas em quinto lugar.
"Trata-se de um importante estágio para nós, tanto matematicamente quanto psicologicamente", acrescentou. "Não vou dizer que foi uma grande corrida, mas foi um grande resultado", observou.
Muitos já descartavam as chances de Schumacher conquistar seu oitavo título mundial nesta temporada. Agora, porém, ele vem embalado e parece estar tão dominante nas pistas como em 2004.
Ao lado da mulher Corinna e de amigos no motorhome da Ferrari após a corrida, a nítida alegria do piloto contrastava com a linguagem corporal da equipe Renault.
O chefe da equipe francesa, Flavio Briatore, deixou o autódromo rapidamente depois do fim da prova, enquanto o chefe de engenharia, Pat Symonds, falou com a imprensa enquanto caminhava carregando uma mala.
Equipamentos
Os pneus fizeram a diferença. Os carros da Renault sofreram com o severo desgaste de seus Michelins. A discussão girava em torno também de um dispositivo proibido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) antes de Hockenheim.
A Renault havia desafiado a proibição, convencendo autoridades esportivas a declarar a legalidade da peça. Ao final, a escuderia optou por não utilizá-la, após ameaça da FIA de recorrer da decisão.
Os dispositivos melhoram o desempenho dos carros ao aliviar as vibrações nos pneus e manter constante a aderência com o solo.
Symonds disse que o fato de a Renault não ter usado as peças prejudicou um pouco o desempenho dos carros e disse esperar podê-los utilizar no próximo fim de semana, na Hungria.
Segundo ele, porém, as dificuldades da Renault foram uma combinação de fatores. "Preferiria estar em uma situação melhor, mas não somos uma equipe que entra em pânico", contou.
Brawn disse, porém, que a Ferrari e seus parceiros merecem crédito pela reviravolta nas pistas. "Tivemos avanços muito bons nos carros nas últimas corridas", destacou.
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