O presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira de mentir ao dizer que demitiu os ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e da Fazenda Antônio Palocci.
Na noite passada em entrevista à TV Globo, Lula disse que tomou a decisão de demitir os colaboradores, envolvidos em denúncias de irregularidades, descartando a versão oficial de que Dirceu e Palocci se afastaram por iniciativa própria.
"Ele (Dirceu) pediu demissão e o presidente ainda mandou uma carta toda apaixonada. Disse que demitiu o Palocci. O Palocci pediu demissão e ele ainda lamentou", disse Alckmin a jornalistas durante caminhada no Largo 13 de Maio, zona sul de São Paulo, um dos centros de comércio popular da cidade.
"Há um abismo verdadeiro entre o que se fala e a realidade", afirmou o tucano, acrescentando que Lula também mentiu ao dizer que criou a Controladoria Geral da União (CGU), que teria sido instituída no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O ex-ministro Dirceu afirmou nesta sexta-feira em seu blog que realmente foi demitido por Lula.
IRONIA E COMBATE
Alckmin ainda ironizou declarações do petista, que tem ampla vantagem nas pesquisas de intenção de voto, por dizer em ato falho que o governo federal "combate a ética".
"O presidente disse que combateu a ética, né? Não foi isso que ele falou? Ele disse que combateu a ética", afirmou, referindo-se a trecho da entrevista à Globo.
Depois de cumprimentar dezenas de passantes e de comerciantes, tanto lojistas como ambulantes, Alckmin afirmou que uma de suas prioridades, se eleito, será combater a informalidade vista nas ruas do Largo 13 de Maio por meio de alívio na carga tributária.
"Nós vamos reduzir os impostos, como fizemos aqui no Estado de São Paulo como governador", disse ele.
Alckmin afirmou ainda que pretende ajudar os Estados a enfrentar o crime organizado com um melhor patrulhamento das fronteiras e com a criação de um Ministério da Segurança.
Mais conformado do que na terça-feira, quando chamou de "piada" os resultados da pesquisa CNT/Sensus ampliando sua desvantagem em relação a Lula, Alckmin insistiu nesta sexta-feira que sua candidatura se estabilizou e que o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio vai ajudá-lo.
"O que está havendo hoje é uma pequena oscilação... eu diria que há uma estabilidade", avaliou. "A eleição começa mais fortemente na terça-feira e a nossa tarefa é ir para o segundo turno. É essa a tendência, ir para o segundo turno", declarou.
O ex-governador paulista será o candidato com mais tempo no horário eleitoral do rádio e da televisão. Ele terá ainda o maior número de inserções de 30 segundos a partir da semana que vem. As pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana projetavam vitória de Lula no primeiro turno.
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