Reformas já! E as Políticas Sociais?

 

Opinião - 28/03/2003 - 13:33:28

 

Reformas já! E as Políticas Sociais?

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Sem completar as reformas programadas pelo governo anterior, Lula não conseguirá implementar as políticas sociais que deseja. Inútil procurar saídas via marquetagem

Sem completar as reformas programadas pelo governo anterior, Lula não conseguirá implementar as políticas sociais que deseja. Inútil procurar saídas via marquetagem

Qual é o momento ideal para a chegada da esquerda ao governo? É quando sucede uma boa administração de direita. Exemplo: Tony Blair na Inglaterra. A longa administração conservadora, especialmente no período de Margareth Thatcher, fez o trabalho “sujo” de demitir funcionários, destruir os sindicatos de empresas estatais (e depois privatizá-las), além de desregulamentar a economia, tirando direitos e enfrentando a pesada burocracia do Estado. Depois, a administração conservadora se desgastou, mas o serviço principal estava feito, a quebra do imenso, custoso e já ineficiente Estado do bem-estar. Aí vem Tony Blair com sua conversa da reconstrução do social, da retomada dos investimentos públicos em educação, saúde e segurança, de modo a garantir a todos igualdade de oportunidades em uma economia livre, aberta e competitiva. Intervenção do Estado, reestatizações, nunca mais. Já entre nós, quando o eleitorado comprou a idéia de que era preciso desmontar o Estado excessivo e abrir a economia, porque só produzíamos carroças protegidas, acabou elegendo Fernando Collor, cuja agenda correta para o momento não resistiu ao caixa de PC. E a agenda liberal caiu no colo de Fernando Henrique. Menos por escolha e mais por imposição da realidade histórica. Então, foi na seqüência: para consolidar o combate à inflação, era preciso fazer o ajuste fiscal, vale dizer, controlar o déficit das contas públicas, para o que eram necessárias as reformas, incluídas as privatizações. A agenda liberal se impôs no calor dos acontecimentos. Visto assim é de se espantar em ver quanto o governo FHC avançou na agenda de desmontar os cartórios e as velhas lideranças. Mas, é claro, não terminou o serviço. E esse serviço, outra peça do destino, ficou para um governo ainda mais à esquerda. É o nosso problema, o eleitorado se cansou de uma agenda liberal antes que ela tivesse sido completada. Como FHC, Lula se elegeu com a agenda das reformas. Mas não pode avançar nas mudanças sem completá-las e sem manter a política econômica ortodoxa. De certo modo, os dois governos acabaram bem parecidos: construir alianças no meio do caminho para implementar reformas difíceis. Tudo considerado, eis o que sempre nos faltou: uma boa direita, moderna, capaz de ganhar uma eleição com uma agenda liberal e implementá-la rigorosamente. E depois abrir espaço para uma boa esquerda, também moderna, que se eleja para fazer o seu serviço, que é gastar com os pobres, com educação, saúde, e segurança.

Sem completar as reformas programadas pelo governo anterior, Lula não conseguirá implementar as políticas sociais que deseja. Inútil procurar saídas via marquetagem

Sem completar as reformas programadas pelo governo anterior, Lula não conseguirá implementar as políticas sociais que deseja. Inútil procurar saídas via marquetagem

Sem completar as reformas programadas pelo governo anterior, Lula não conseguirá implementar as políticas sociais que deseja. Inútil procurar saídas via marquetagem

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