O Pentágono reconheceu, pela primeira vez, que seus estrategistas podem ter calculado mal a força e a capacidade dos paramilitares do Iraque.
“Acho que nós subestimamos” os ‘fedayin de Saddam’ (mártires de Saddam)” – um grupo paramilitar leal a Uday, um dos filhos do presidente iraquiano Saddam Hussein –, declarou uma autoridade à CNN, nesta quarta-feira.
Esses combatentes, juntamente com membros do partido governista Baath e outras forças de segurança, lançaram vários ataques contra as tropas norte-americanas e britânicas na última semana.
“Nós não sabíamos que eles estavam tão bem posicionados” pelo sul do Iraque, afirmou.
O Pentágono estima informalmente que possa haver agora cerca de 30.000 combatentes “fedayin”.
Um dos mais temidos grupos paramilitares iraquianos, o grupo foi estabelecido como uma organização de segurança doméstica, fora da hierarquia de comando do Exército, e respondendo diretamente à Presidência.
A organização é conhecida por suas táticas de dissimulação, tortura, assassinatos e a disposição de morrer por Saddam.
No entanto, fontes militares dos Estados Unidos ainda não indicaram nenhuma alteração na estratégia.
O principal contingente norte-americano no Iraque continuará tentando avançar em direção a Bagdad e atacar, quando possível, as posições dos paramilitares, do Exército regular e da Guarda Republicana iraquiana.
Mas cresce a preocupação com as táticas usadas por essas unidades paramilitares.
Os comandantes norte-americanos no campo de batalha foram advertidos a ter extrema cautela com a aproximação de iraquianos que pareçam ser civis ou soldados se rendendo.
Em alguns casos, as forças norte-americanas foram surpreendidas por falsas rendições que se transformaram em emboscadas.
O general Richard Myers, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas norte-americanas, ressaltou que o objetivo do Pentágono é distinguir os paramilitares das populações civis, as quais Washington acredita estarem sendo aterrorizadas pelos combatentes leais a Saddam. “Vamos nos concentrar nos integrantes da ‘fedayin de Saddam’ e da Guarda Republicana, que podem estar usando roupas civis para colocar uma arma nas costas de outras pessoas. E começaremos a nos dedicar a isso. E isso é o que vocês estão vendo agora”, declarou a jornalistas na terça-feira.
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