A comunidade internacional comemorou a libertação de Clara Rojas e Consuelo González, que passaram seis anos seqüestradas pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e pediu que a guerrilha colombiana liberte rapidamente os outros reféns.
"Damos as boas-vindas à libertação das reféns e continuamos pedindo que as Farc libertem todos os demais em seu poder, incluindo os três americanos", disse à agência Efe uma porta-voz do Departamento de Estado americano, que pediu anonimato.
Rojas e González faziam parte de um grupo de 45 seqüestrados que as Farc pretendem trocar por 500 guerrilheiros presos.
Desta lista constam ainda os americanos Marc Gonçalves, Keith Stansell e Thomas Howes, reféns desde fevereiro de 2003, assim como a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que também possui nacionalidade francesa.
"A França se alegra profundamente", disse o presidente Nicolas Sarkozy, que prometeu redobrar os esforços para conseguir que as Farc entreguem também Betancourt.
A operação demonstra que "as coisas se movimentam, que a mobilização produziu seus primeiros resultados", disse à imprensa Sarkozy, que agradeceu aos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe, e a "todos os que se preocupam com a situação dramática" dos reféns, especialmente Betancourt.
De Bruxelas, a Comissão Européia (CE) manifestou sua esperança em que a libertação de Rojas e González seja "um sinal premonitório" de que todos os demais reféns "serão libertados em breve".
"Hoje, mais do que nunca, nosso pensamento está com todos aqueles que seguem retidos contra sua vontade por grupos armados na Colômbia e com o sofrimento de suas famílias", disseram em comunicado o presidente da CE, José Manuel Durão Barroso, e a comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner.
Ao processo de libertação das reféns uniu-se o Governo da Espanha, que felicitou a todos os que mediaram as negociações e, especialmente, ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em comunicado divulgado pelo Ministério de Assuntos Exteriores.
A organização humanitária Anistia Internacional (AI) deu "boas-vindas" à liberdade de Rojas e González e afirmou que o seqüestro de civis é "uma violação flagrante das leis do direito internacional, e pode se constituir em um crime de guerra".
"As Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN) devem libertar de forma imediata e incondicional todos os civis que mantêm reféns", informou a entidade.
O chanceler argentino Jorge Taiana afirmou que o Governo do país sente uma "grande satisfação e alegria" pela libertação das duas seqüestradas, o que, em sua opinião, é um "primeiro passo" para a concretização de uma troca humanitária.
A Suíça, que assim como a Argentina fez parte da comissão internacional de fiadores que, no final de 2007, esperou em vão pela entrega dos reféns, demonstrou "alegria e alívio" e manifestou disposição em continuar colaborando na busca por uma solução humanitária ao problema.
"A Suíça agradece particularmente ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua colaboração que permitiu este resultado feliz. E, ao mesmo tempo, cumprimenta este gesto das Farc", indica um comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores suíço.
A Secretaria de Relações Exteriores do México também felicitou em comunicado os Governos da Colômbia e Venezuela, assim como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), pela bem-sucedida libertação das duas mulheres.
O México foi outro país que se uniu pela "pronta libertação dos outros reféns que ainda permanecem em poder das Farc, cujos seqüestros são lastimados por suas famílias e pela comunidade colombiana em seu conjunto".
Para o presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado uruguaio Roberto Conde, "o episódio abre muitas perspectivas e a possibilidade de ampliar o diálogo e buscar novas idéias e propostas para se tentar avançar na busca pela paz na Colômbia".
O Governo equatoriano expressou sua aprovação à libertação das reféns em comunicado, indicando ainda que o país aplaude o "gesto humanitário" e espera que isso abra "uma dinâmica de paz na Colômbia".
O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, disse que espera que após este ato, as Farc libertem os outros 700 seqüestrados que ainda estão em seu poder por motivos econômicos e políticos.
À alegria da comunidade internacional uniram-se os familiares das recém-libertadas e parentes de outros reféns.
A família de Betancourt disse que recebeu a notícia "extraordinária" com alegria e esperança.
"É uma parte de Ingrid que foi libertada hoje", disse o ex-marido de Betancourt Fabrice Delloye, ressaltando que agora "é preciso trabalhar a fundo para que os outros reféns retornem", entre eles Ingrid, que "não se encontra em bom estado de saúde".
A mãe de Betancourt, Yolanda Pulecio, ressaltou que sua filha "sofreu muito" e pediu que "a guerrilha demonstre à comunidade internacional que está interessada em resolver o problema dos seqüestrados".
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