Para o governo falha no combate à febre é por fim da CPMF

 

Nacional - 13/01/2008 - 11:20:06

 

Para o governo falha no combate à febre é por fim da CPMF

 

Da Redação com JB Online

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Preocupado em garantir uma blindagem que impeça a corrosão da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo, a ala governista no Congresso já prepara um discurso para rebater eventuais críticas da oposição à suspeita de que um novo ciclo de febre amarela surgirá no Brasil. Se atacados, os governistas responderão que o governo enfrenta dificuldades para combater a doença devido ao fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), tributo criado para financiar a saúde. Não é à toa que a base aliada tenta agora recriar o imposto, extinto pelo Senado no fim do ano passado. Para o deputado Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do governo na Câmara, os parlamentares de DEM e PSDB ainda não começaram os ataques justamente porque sabem que o problema "pode cair na cabeça deles". "Ainda é cedo para uma avaliação mais aprofundada, mas a situação é preocupante, principalmente em um momento em que a saúde abre o ano com recursos duvidosos e a possibilidade de sofrer cortes orçamentários", comentou o parlamentar. "A oposição tem de ter responsabilidade para responder por isso." A senha foi dada na quarta-feira pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em entrevista coletiva, o ministro declarou que comentários da oposição seriam "desqualificados e sem nenhuma relevância". As críticas, complementou, só serviriam para "atrapalhar" o país. Temporão também mandou um recado para os oposicionistas. Disse que desde 2003 há o registro de menos pessoas infectadas pela febre amarela e mortes causadas pela doença. A oposição também já sabe qual discurso entoará em uma possível disputa política com o governo sobre o tema. Líder da minoria no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO) ressalta que será papel da oposição denunciar a omissão do governo federal e de governos Estaduais que não mantiveram programas preventivos nos últimos anos. "Está comprovada a negligência, mas, se há uma desgraça, temos que nos livrar rapidamente dela. Nesse caso, é muito melhor incentivar o tratamento e a vacinação", argumentou o senador. Doença cíclica A doença é cíclica. Em 1996, 13 pessoas morreram por causa da febre amarela. No ano seguinte, foram três. Em 1998, os óbitos totalizaram 14. Em 1999, a doença causou a morte de 29. O ano em que a febre amarela mais matou no país na última década foi 2000, quando 40 pessoas morreram devido às complicações da doença. No ano seguinte, foram 22, 16 a menos que o verificado em 2002. Em 2003, a febre amarela matou 23 brasileiros. A doença matou ainda três em 2004, outros três em 2005 e dois em 2006. Desde 1942 não há registro de febre amarela urbana no Brasil. Todos os casos são de pessoas não-vacinadas e estiveram em áreas silvestres nas regiões de risco. A vacina tem efeito durante 10 anos. Desde dezembro, o governo já colocou à disposição da população 3 milhões de doses.

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