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Forças norte-americanas lançaram, nesta terça-feira, uma ofensiva em massa contra alvos simbólicos e governamentais de Bagdá, levantando ainda mais dúvidas sobre as condições do presidente iraquiano, Saddam Hussein, seu governo e as Forças Armadas do país.
Jatos A-10 Warthog dos Estados Unidos despejaram bombas sobre Bagdá com intervalos de cinco a oito segundos, deixando a cidade coberta por uma nuvem de poeira.
À tarde, horas após terem visado quartéis da Guarda Republicana na capital iraquiana, aviões da coalizão despejaram duas bombas guiadas por satélite sobre a sede do partido Baath, de Saddam, e o prédio do Ministério da Informação.
A nova onda de ataques aconteceu em meio à repercussão de um bombardeio de proporções gigantescas que, pela madrugada (horário local), arrasou um prédio onde Saddam e seus dois filhos, Uday e Qusay, poderiam estar escondidos junto com outros líderes iraquianos, no bairro residencial de Mansour.
Pilotos do bombardeiro B-1 que lançou as quatro bombas especiais sobre o edifício – cada uma pesando 900 quilos – contaram que estavam patrulhando Bagdá quando receberam ordens envolvendo um "alvo da liderança, de prioridade alta".
Doze minutos depois, o prédio foi atacado; as duas primeiras bombas penetraram paredes grossas de concreto e as outras duas avançaram ainda mais fundo na estrutura.
As quatro bombas, tipo GBU 31/32-JDAM, foram projetadas para combates urbanos. Segundo os pilotos, os artefatos têm capacidade para destruir por completo os alvos e causar danos reduzidos na área a seu redor.
Autoridades norte-americanas disseram à CNN que as explosões destruíram o prédio, bem como um restaurante. Imagens de emissoras de televisão mostraram uma enorme cratera no local e uma montanha de destroços.
Fontes ouvidas pela CNN afirmaram que as explosões mataram pelo menos nove pessoas e feriram 13.
O paradeiro de Saddam e seus filhos, porém, é um mistério. Diversas fontes do governo norte-americano e até mesmo o presidente George W. Bush disseram não ter idéia do que aconteceu ao líder iraquiano – e tampouco se ele está vivo ou morto.
Já de manhã cedo, as forças norte-americanas bombardearam uma ponte sobre o Rio Tigre, no centro de Bagdá.
Imagens transmitidas por redes árabes de televisão mostraram forte fumaça saindo de vários prédios no centro da capital, perto da Ponte Jumhuriya, atingidos por tiros de tanque.
Iraquianos resistem
Os iraquianos responderam com fogo de artilharia, saindo do alto de um prédio de oito andares – em um dos complexos presidenciais de Saddam Hussein, segundo a TV Abu Dhabi.
Aviões F-14 Tomcats e A-10 Warthogs sobrevoaram a região. Segundo o Pentágono, uma das aeronaves norte-americanas foi abatida, mas seus pilotos escaparam com ferimentos leves.
Um alto funcionário do governo norte-americano disse que o Iraque conta apenas com 19 de seus 800 tanques. A Guarda Republicana, já desorganizada, ainda trava batalhas ao redor da capital, mas não teria mais blindados.
Os norte-americanos encontraram resistência em várias das frentes abertas nesta terça-feira em Bagdá.
Um dos palácios do presidente Saddam Hussein, uma fábrica e um edifício do governo foram cenário de combates intensos.
Os combates mais violentos foram registrados no maior complexo presidencial da capital, que na véspera havia sido tomado por uma divisão de infantaria dos Estados Unidos.
Em um dos edifícios do conjunto, na margem ocidental do rio Tigre, houve um duelo intenso de artilharia depois que iraquianos e norte-americanos passaram horas trocando disparos de morteiros e foguetes.
Na margem oriental do Tigre, forças dos dois lados também se enfrentaram com tiros em um prédio do governo, de oito andares.
De acordo com a emissora de televisão Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos, os iraquianos tentaram defender o prédio contra a investida das forças de coalizão, que tinham o apoio de aviões de combate sobrevoando Bagdá a baixa altitude.
O duelo começou quando os norte-americanos tentaram assumir o controle da Ponte da República, que acabou estremecida por um forte bombardeio, segundo a TV árabe.
No norte do Iraque, o correspondente da CNN Ben Wedeman disse que as Forças Especiais dos Estados Unidos tentavam capturar uma rodovia estratégica que liga a cidade de Mosul a Kirkuk, um dos centros petrolíferos do país.
O objetivo da coalizão é isolar as cidades, em vez de invadi-las, segundo Wedeman.
Mosul, a principal cidade comercial ainda sob controle do regime de Saddam Hussein, foi bombardeada pesadamente na manhã de segunda-feira, em mais de 50 incursões aéreas realizadas pelas forças anglo-americanas.
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