Deputado do castelo pode ser expulso do DEM

 

Politica - 09/02/2009 - 17:05:51

 

Deputado do castelo pode ser expulso do DEM

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A Executiva Nacional do DEM decide em encontro nesta terça-feira o futuro do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), que renunciou hoje ao cargo de segundo vice-presidente e corregedor da Câmara.

Ele é acusado de não ter declarado no Imposto de Renda um castelo de sua propriedade, com valor avaliado entre R$ 20 e R$ 25 milhões, e também de ter dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social. Ele nega e diz que repassou o imóvel para o nome dos filhos em 1993.

Na reunião programada para esta terça, a Executiva vai decidir se Edmar deverá responder a um processo interno por ter ignorado uma decisão da legenda - ter se candidatado ao cargo - e ter dado declarações contra o julgamento de deputados dentro da Câmara.

Como segundo vice-presidente da Câmara, o deputado também exercia automaticamente o cargo de corregedor. Na semana passada, ele defendeu que quem deve julgar os parlamentares é a Justiça e que o Conselho de Ética apenas analise a admissibilidade da denúncia. "Acho que todo mundo é inocente, até que se prove o contrário", afirmou logo após ser eleito.

Apesar das acusações, na última quinta-feira, o deputado disse que não via motivos para deixar o cargo de corregedor. "Renunciar por quê?", questionou. No mesmo dia, o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgou uma nota oficial recomendando que ele renunciasse "imediatamente" ao cargo de corregedor da Câmara.

A polêmica levou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) a apresentar, ainda na quinta-feira, uma proposta para separar as funções de corregedor e segundo vice-presidente da Câmara. Atualmente, quem é eleito para a segunda vice-presidência assume as duas funções. O projeto deve ser votado na terça e será aprovado, segundo o presidente da Casa, Michel Temer.

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), explicou que o caso dele pode ter processo instaurado com direito a defesa ou seguir direto o que ele chamou de "rito sumário", quando a Executiva pode decidir pela sua expulsão da legenda.

"Decidiremos se caberá processo na Comissão de Ética do partido, que deve indicar um relator e tomar suas decisões e fazer o julgamento na Executiva. Ou se (o caso) segue o rito sumário, quando qualquer ato coloca em risco a permanência da pessoa no partido", esclareceu.

Segundo o líder, a renúncia de Moreira à segunda vice-presidência era a decisão esperada pela legenda, mas ele ressaltou que a situação poderia ter sido diferente se Edmar tivesse usado de "bom senso". Isso porque o DEM já havia escolhido o nome do deputado Vic Pires (DEM-PA) para o cargo, mas Edmar ignorou a escolha do partido e conseguiu se eleger.

"Ele devia ter tido a prudência de não ter se candidatado, agora é consertar aquilo que infelizmente já trincou. Se ele tivesse tido bom senso, não teria chegado a isso", disse.

Caiado esclareceu que o partido vai debater todos os fatos relacionados a Edmar, mas deixando de lado a polêmica do castelo. "Tratar desse assunto numa reunião da Executiva seria pautar o ridículo", criticou o líder.

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