A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, foram excluídos da lista de possíveis investigados do inquérito da Polícia Federal que apura a produção e o vazamento do dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tomou a decisão na última terça-feira, "não há fatos que justifiquem a investigação de autoridades em instância superior". Apesar da decisão, as apurações sobre o caso devem prosseguir e os ministros podem voltar a ser alvos de investigação futuramente.
Na avaliação do juiz José Airton de Aguiar Portela, da 12ª Vara Federal, Dilma teria participação no episódio porque o conjunto de dados confidenciais e gastos da equipe de FHC teria sido montado pela secretária-executiva e seu braço direito, Erenice Guerra.
Segundo Lewandowski, não há nas investigações da PF evidências de que a ordem tenha partido da ministra. Já Tarso foi inocentado da acusação de ter prevaricado ao não ordenar à PF a instauração de inquérito logo que o escândalo veio a público.
As investigações da PF estão suspensas desde julho, quando o juiz José Airton de Aguiar Portela decidiu remeter o inquérito ao STF, por achar que havia elementos para incluir Dilma e Tarso entre os investigados. Na última terça-feira, Lewandowski encaminhou o caso ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que deverá elaborar um parecer oferecendo ou não denúncia contra os dois ministros.
Até agora, apenas o então secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, foi punido, sendo exonerado e obrigado a retornar a seu órgão de origem, o Tribunal de Contas da União (TCU).
