O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), avalia que a costura de uma aliança com o PMDB para a disputa presidencial em 2010 dependerá de ajustes nos Estados. Em São Paulo e Pernambuco, garante, a articulação "já está desenhada".
No centro da disputa pela indicação do partido, os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP). Guerra afirma que o PSDB decidirá "com consulta" qual nome concorrerá à presidência da República.
O ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB-SP), sem esconder seu nome preferencial, declarou a Terra Magazine que "Serra é amigo do PMDB" .
As prévias serão realizadas e "não há dúvida quanto a isso", diz o presidente tucano. Em jantar para deputados do PSDB em sua casa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu pressa na definição do presidenciável e cobrou o acirramento da oposição ao PT na Câmara dos Deputados.
- Fernando Henrique quer que o PSDB vença as divergências. Organizar o partido, enfrentar o adversário e fazer uma união federal, amarra Guerra.
O senador considera uma "divergência superada" a formação de um bloco de 23 deputados insatisfeitos com a reeleição de José Aníbal na liderança da bancada do PSDB na Câmara:
- Não tem racha nenhum.
Leia a entrevista.
Quais são as articulações iniciais para uma aliança com o PMDB? O governador Orestes Quércia declarou apoio a Serra?
Em São Paulo já tem aliança desenhada, em Pernambuco já tem aliança desenhada... A articulação com o PMDB necessariamente passa pelos Estados. Nesse primeiro semestre, a partir do DEM e PPS, o PSDB vai construir alianças estaduais, já começou a fazê-lo. Com o PMDB nós já trabalhamos em várias situações, em vários estados.
Qual nome favorece mais uma aliança nacional com o PMDB: Aécio Neves ou José Serra?
Não dá para estimar isso agora. Essa questão a gente vai resolver com consulta.
O deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) qualificou como um racha a reação de deputados à reeleição de José Anibal na liderança da bancada. Como o senhor vê?
Não tem racha nenhum. Evidentemente, a divergência já está sendo progressivamente superada.
A aliança PT-PSDB no Senado, na eleição da Mesa, indica que essa afinidade pode ter desdobramentos em votações na Casa? Ou mesmo desdobramentos políticos maiores?
Não, não, não. Será com o PT que nós vamos disputar a eleição para presidente. É evidente que nossa relação com o Partido dos Trabalhadores está melhor hoje do que estará antes da eleição (em 2010). Isso não muda nada. O PT vai continuar apoiando o governo do presidente Lula e nós fazendo oposição.
Há uma aproximação entre o governador José Serra e o presidente Lula?
Não. Os governadores do PSDB - isso vale para Serra, Aécio, Yeda Crusius, Cássio Cunha Lima... - todos têm relação boa com o presidente da República.
Sempre tiveram?
Sempre tiveram. Sempre tiveram. Desde que são governadores, embora possam não ter boa relação com o Partido dos Trabalhadores de seus Estados.
As prévias estão garantidas?
As prévias serão feitas. Não há dúvida sobre isso. O partido já decidiu que realizará prévias. Depende de trabalhar para isso - organizar e consultar a Justiça.