O vice-presidente José Alencar, 77 anos, deixou o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, às 13h05, em uma cadeira de rodas, após 26 dias internado. Alencar comentou a sua rápida recuperação e disse que tem tido "sorte" e que se sente privilegiado por receber um ótimo acompanhamento médico.
Alencar passou por uma cirurgia no dia 25 de janeiro para a retirada de tumores na região abdominal. O procedimento cirúrgico durou 17 horas, segundo o hospital. A cirurgia, considerada de alta complexidade, foi feita para retirada uma porção do intestino delgado, uma parte do intestino grosso e dois terços do ureter (canal que leva a urina do rim à bexiga) - que estavam comprometidos por tumores.
Ao ser questionado sobre sua coragem para vencer a doença, o vice-presidente disse que não tinha outra alternativa a não ser submeter-se ao procedimento cirúrgico. "Tenho tido sorte de ter um ótimo acompanhamento. Tenho tido privilégio e às vezes me sinto culpabilizado. Sou vice-presidente e queria que todos os brasileiros tivessem o mesmo tratamento que eu tive", disse.
Alencar disse que vai iniciar um tratamento de fisioterapia e vai aproveitar para ficar no seu apartamento em São Paulo, próximo aos médicos. Bem-humorado, o vice-presidente ressaltou que está "com saudades do arroz e feijão mineiro legítimos" feitos na casa dele.
Jarbas Vasconcelos
Ao ser questionado sobre o caso envolvendo as declarações do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à revista Veja, de que boa parte dos integrantes é especialista em "corrupção", Alencar disse que soube do caso indiretamente e não chegou a ler a entrevista do senador.
"Foi o meu primeiro partido, disputei minha primeira eleição e fui eleito senador por Minas Gerais pelo PMDB. Tenho grandes amigos (na legenda) em Minas Gerais, em São Paulo e em Brasília e, durante a minha internação, falei com um grande peemedebista, o senador Pedro Simon. Mas nem tocamos no assunto", disse.
Perguntado se o motivo que o fez sair da legenda teria algo relacionado à corrupção, Alencar negou. "No Brasil, existem mais de 30 partidos e essa variedade traz dificuldade. As alianças normalmente se tornam nacionais e, na época em que deixei o partido, há muitos anos, existia uma coligação para a presidência. Em 2002, se estivesse no PMDB, não seria vice-presidente, pois o partido não havia feito aliança nacional com o PT", disse.