A espera de março salvador...

 

Opinião - 18/02/2009 - 15:35:41

 

A espera de março salvador...

 

Vicente Barone .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Todos sabemos que o Brasil começa a acordar com o rufar dos tambores do Carnaval. Como este ano o Momo se esbalda no final deste mês, teremos um ano produtivo de 10 meses, a partir de março. Até lá tudo é preguiça e pouco trabalho.

Enquanto o Brasil ainda dorme, o deputado Edmar Moreira (DEM-MG), na condição de corregedor responsável pela fiscalização da moralidade e dos costumes naquela Casa, resolveu se “esquecer” de declarar para o Imposto de Renda propriedade de um castelo e a respectiva área onde o prédio está construído, cujo valor ultrapassa a casa dos 25 milhões de reais.

Pressionado, o parlamentar se nega a deixar o cargo que ocupa.

Enquanto o Brasil boceja, os deputados colocarão no bolso, ao final deste mês, mais um salário extra, por conta dos “por fora” que têm direito, como auxílio moradia, verba de material, auxílio paletó, auxílio passagens aéreas, verba indenizatória e tantos outros auxílios, que nossos impostos resgatam.

Enquanto o país tenta abrir os olhos do profundo sono, alguns estados projetam a construção de grandes estádios de futebol por conta da Copa do Mundo que será realizada no Brasil. Interessante é que algumas cidades onde serão construídos esses estádios, com o consumo projetado de vários milhões de reais, não servirão de sede para nenhum jogo. Os grandes estádios estão sendo projetados para simples treinamento de seleções. Posteriormente essas praças ficarão ociosas já que, sequer, essas cidades possuem clubes profissionais.

Enquanto este torrão verde-e-amarelo espreguiça, entramos numa reforma ortográfica, fazendo com que milhares de livrarias joguem pela janela, com violento prejuízo financeiro, todo o material antigo já imprestável, cujo reflexo amargo será sentido em março, quando o povo correr às livrarias para a aquisição de novos livros, com a volta às aulas.

Enquanto o Brasil senta na cama e tenta concentrar seus neurônios ainda desorientados, crescem os índices de acidentes com mortes nas estradas, pela falta de fiscalização mais forte sobre o “tolerância zero para o álcool” e crescem, também, os índices de criminalidade nas cidades, onde o crime organizado cada vez mais estica seus tentáculos, com a expansão do tráfico de drogas e, especialmente, disseminação do crack, num flagelo terrível junto à juventude.

Certamente, quando acordar definitivamente para o 2009, o Brasil poderá desejar não ter acordado, pois tomará consciência de que terá pela frente mais 10 meses de difícil gerenciamento.

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