A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) declarou, nesta sexta-feira, o italiano Giancarlo Fisichella vencedor do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, revertendo as duas primeiras colocações da acidentada prova disputada em São Paulo.
No último domingo, o piloto da equipe Jordan passou, em questão de minutos, da euforia contagiante à decepção total em Interlagos quando foi informado de que, mesmo cruzando a linha de chegada em primeiro, o resultado oficial lhe dava apenas a segunda posição na corrida.
Agora, Fisichella terá que comemorar longe do pódio sua primeira vitória em 107 GPs que disputou na Fórmula 1. A distância do público, porém, não diminuiu a vibração da Jordan.
"Estou maravilhado por Giancarlo, pela equipe, pela Ford e por todos os nossos patrocinadores", declarou o dono da escuderia, Eddie Jordan, após a reunião da FIA, na sede da entidade, em Paris.
"A corrida de domingo foi absolutamente excitante e estou muito agradecido à FIA por ter analisado os resultados detalhadamente, admitindo que a vitória era de Giancarlo", prosseguiu.
"Neste exato momento, qualquer vitória é um grande resultado para nós", ressaltou. "Para ele (Fisichella), é uma vitória fantástica".
No domingo, quem levantou a taça de vencedor foi o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, que havia sido ultrapassado por Fisichella pouco antes de a prova, disputada sob chuva, ser encerrada devido a dois acidentes no mesmo trecho da pista, envolvendo o australiano Mark Webber e o espanhol Fernando Alonso.
Aparentemente, a corrida foi interrompida na volta de número 55, mas a FIA posteriormente recebeu informações de que a cronometragem estava errada.
Na quarta-feira, a FIA anunciou que estava examinando os resultados da prova e que os mesmos poderiam ser modificados.
"A FIA recebeu provas que contrariam as informações fornecidas pelos operadores dos cronômetros no Grande Prêmio do Brasil; o carro número 11 (de Fisichella) havia iniciado a volta 56 antes de a corrida ser interrompida (por motivos de segurança)", afirmou a federação.
"Se esse fato for confirmado, a classificação da prova será a registrada ao final da volta 54 e não da 53, como se divulgou", explicou.
Ao término da volta 54, Fisichella estava já estava à frente de Raikkonen e de Alonso, da Renault.
Na volta 53, era o finlandês quem liderava.
O regulamento da FIA prevê, em tais circunstâncias, que seja homologada, como resultado final, a classificação registrada duas voltas antes do momento em que a prova foi suspensa.
"Sempre tivemos consciência de que estávamos na volta 56 e isso foi provado hoje (sexta-feira), sem dúvida", disse Eddie Jordan. "Puseram os pingos nos 'is'".
Mesmo caindo para a segunda posição no GP do Brasil e perdendo dois pontos na classificação, Raikkonen ainda lidera o Mundial de Fórmula 1. Fisichella, agora com 10 pontos – os seus primeiros na temporada – passou a figurar em quinto.
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