A Fundação Telefônica lançou nesta segunda-feira, em São Paulo, a publicação A Geração Interativa na Ibero-América: Crianças e adolescentes diante das telas. A pesquisa, relatada no livro, foi realizada pelo programa EducaRede, da Telefônica, e coordenada pelos pesquisadores da Universidade de Navarra, na Espanha, Xavier Bringué Sala e Charo Sádaba Chalezquer. O evento contou com a presença do presidente da empresa Antônio Carlos Valente, Sérgio Mindlin, diretor-presidente da fundação, a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, e Benilde Caro, Diretor Geral de Gerações Interativas.
Os estudos foram realizados no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, com 25.467 estudantes entre 6 e 18 anos de escolas publicas e privadas. No Brasil, a amostragem foi feita no Estado de São Paulo, considerando 4.205 alunos de escolas públicas e privadas: 790 com idade entre 6 e 9 anos e 3.415 entre 10 e 18 anos. "Esse material será utilizado em meios acadêmicos, imprensa e todo o mundo empresarial", informou Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica.
"A Telefônica completa dez anos no Brasil e se sente honrada por estar apresentando esse projeto. Quando a Telefônica veio ao Brasil, foi para ficar. O investimento social também veio para ficar em longo prazo no País", disse Sérgio Mindlin, diretor-presidente da Fundação Telefônica.
Jovens brasileiros se destacam
De acordo com a pesquisa, o Brasil se destaca por ter jovens que não só navegam como também produzem conteúdo na internet por meio de página web ou blogs (de cada dez estudantes, dois possuem site ou blog). A pesquisa também mostra que 46% dos estudantes não têm mediadores, acompanhamento de pais ou professores no uso da internet.
O projeto contou com a ajuda da Secretaria Municipal da Educação. "Esse projeto mostra uma quebra de paradigma do debate sobre como o computador pode ajudar a escola. A transposição da lousa e do giz para o computador como forma de trabalho", declarou a Secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
A metodologia utilizada consistiu na aplicação de um questionário online respondido nas salas de informática das escolas participantes. Os principais resultados apontados foram:
- Um em cada dois estudantes brasileiros diz que nenhum professor utiliza a internet para explicar matéria ou estimula o uso da rede;
- Seis em cada dez estudantes brasileiros acessam a internet em lan houses;
- 72% dos alunos declaram gostar de utilizar o Messenger (programas de mensagens instantâneas) porque podem conversar com seus amigos. De fato, 50% afirmam que "sempre que posso me conecto ao Messenger";
- Um em cada dois adolescentes brasileiros tem e conheceu pessoalmente algum de seus amigos virtuais;
- Dois em cada dez jovens brasileiros são os chamados "heavy users" de videogame, já que gastam mais de duas horas diárias jogando; - Os estudantes do Brasil são os que gastam mais horas diárias com videogame em relação aos jovens da Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela;
- Cinco de cada dez crianças brasileiras reconhecem que fazem o dever de casa assistindo televisão.
Segundo a secretária Maria Helena, o mais importante é o fato da pesquisa ter foco no aluno e em seus impactos na aprendizagem. "Vou fazer uma sugestão à Rede Do Saber para que essa pesquisa seja apresentada, e para que as escolas entendam o resultado e possam superar os problemas identificados", disse.
