Secretaria da Justiça divulga o ranking das empresas mais reclamadas no Procon-SP

 

Nacional - 14/03/2009 - 14:06:14

 

Secretaria da Justiça divulga o ranking das empresas mais reclamadas no Procon-SP

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Telefonia  e  serviços  bancários  continuam  liderando  o ranking geral do Cadastro  de  Reclamações  Fundamentadas da Fundação Procon-SP. A “campeã”, pela  terceira  vez  consecutiva, foi a Telefônica. A empresa computou para 3.615  reclamações  fundamentadas  em  2008  e  piorou seu desempenho em um índice importante, as reclamações atendidas. Em 2007, a companhia atingiu o número  de  96%  de  resolução  dos  conflitos. No ano passado, entretanto, reduziu  esse  dado  para  82%  dos  casos – o que significa que deixou 641 processos abertos pelo Procon-SP sem solução.

O  secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, que apresentou   a   lista  das  empresas  mais  reclamadas,  declarou  que  os fornecedores  que  estão  no  topo  do  ranking serão chamados para prestar esclarecimentos. “A elaboração do casdastro de reclamações é uma ferramenta importante  para  pressionar  às  empresas  a  prestar  um bom atendimento.

Atender  o  consumidor  não  é  um  favor,  é uma obrigação e é direito das pessoas que adquirem produtos e serviços”, disse.

Também  repetindo  a  colocação  do ano passado, o Grupo Itaú – incluindo o banco e suas subsidiárias, como Itaucard, Taií, etc. – aparece na seqüência do levantamento, com um total de 1.586 reclamações fundamentadas, das quais solucionou  828 (52%). Os maiores problemas foram saques não reconhecidos e lançamentos de cobranças de taxas ou serviços não solicitados.

A  surpresa negativa ficou por conta da Tim, que pulou da sétima colocação, em  2007,  para a terceira no ano passado. Apesar da nova regulamentação do setor,  definida  pela Anatel no ano passado, a operadora de celular piorou significativamente    seu    desempenho,   apresentando   892   reclamações fundamentadas, um crescimento de 87% em relação ao período anterior.

Na quarta posição, aparece outro grupo financeiro: o Unibanco, que teve que responder a 773 processos administrativos. O índice de resolução também foi abaixo  do  esperado:  57%  –  o  que  significa  que 444 reclamações foram atendidas, mas 329 não.

A  quinta  colocada foi a Brasil Telecom, com 758 reclamações fundamentadas (476  atendidas),  desempenho  também  muito  negativo, uma vez que, no ano anterior,  a  operadora  sequer aparecia entre as 20 primeiras colocadas. A expectativa  dos  órgãos de defesa do consumidor é que, com a recente fusão com  a  Oi,  ambas  as empresas aperfeiçoem seus sistemas e fiquem longe da

lista do Procon-SP no ano que vem.

Repetindo o desempenho do ano passado, coube à Embratel o sexto lugar. Após intensificar  sua tentativa de entrar no mercado de telefonia fixa por meio de  parceria  com a Net (TV por assinatura), a empresa teve que responder a 692 processos administrativos em 2008. A seu favor, ela tem o melhor índice de  resolução  entre  as primeiras colocadas do ranking: 90% - ou seja, não houve acordo em apenas 67 casos.

Conflitos concentrados

O  cadastro,  que  é público e atende a determinação do Código de Defesa do Consumidor,  está  dividido em sete áreas: Alimentos, Assuntos Financeiros, Habitação,  Produtos,  Saúde,  Serviços Essenciais e Serviços Privados. São registradas  apenas  as reclamações fundamentadas – ou seja, casos em que a empresa  não solucionou na fase preliminar intermediada pelo Procon havendo necessidade de instaurar processo administrativo de reclamação.

A  presença  marcante da telefonia no ranking individual não foi suficiente para  colocar  os  Serviços Essenciais no topo desta divisão – como ocorreu nos  últimos  anos.  Aparecem  apenas  na  terceira  colocação,  com  7.261 reclamações  fundamentadas  (26%  do  total).  Além  das  telecomunicações, energia  elétrica (Eletropaulo) e fornecimento de gás (Comgás) foram outros setores que geraram conflitos.

A  área  mais  problemática  de  2008  foi  a  de  Produtos, que teve 8.547 reclamações  fundamentadas,  o  equivalente  a  30%  do  total. O tema mais recorrente,  outra  vez,  foi aparelho de telefonia móvel. Juntas, as cinco principais  fabricantes  –  Sony  Ericsson,  LG,  Motorola,  Nokia  e  Benq (Siemens)  – tiveram mais de duas mil queixas de consumidores por defeitos, pouca  durabilidade  da  bateria,  assistência  técnica insuficiente, entre outros problemas.

Ainda em Produtos, confirmou-se uma tendência iniciada em 2007: aumento das reclamações  contra  sites  de  venda  pela  internet, como Americanas.com, Submarino e Shoptime – todas pertencentes a uma única empresa, a B2W. Nesse caso,  o  que  leva  os  consumidores  ao  Procon-SP é o não-cumprimento da oferta. Ou os produtos não são entregues no prazo anunciado ou são enviados

com  características  (cor, modelo, etc.) diferentes da encomendada. Também houve  um  número  representativo  de  reclamações  contra  lojas com apelo popular, como Casas Bahia, Ponto Frio e Marabraz.

A  segunda  colocação  do ranking das áreas ficou com Assuntos Financeiros, onde  foram  registradas  7.725 reclamações fundamentadas (27%). Os maiores problemas  foram saques não-reconhecidos, cobranças indevidas e lançamentos não-identificados  em faturas de cartão de crédito. Seja fraude ou falha no sistema,  é dever as operadoras zelar pela segurança do serviço oferecido e

o  consumidor  não  precisa arcar com nenhum ônus nesse sentido – nem mesmo dos tais seguros que são oferecidos.

A falta de informações claras e precisas no momento da venda também é capaz de  gerar muitos conflitos. Os consumidores procuram o Procon-SP quando são surpreendidos por taxas e tarifas que só aparecem na fatura. A consolidação da  obrigatoriedade  de  inclusão  do  Custo  Efetivo  Total  em  contratos (Resolução  3.517/07  do  Banco  Central)  pode  ajudar  a  erradicar  esse problema.

Outras áreas

Como  Produtos,  Assuntos  Financeiros  e  Serviços Essenciais concentraram quase  85%  das  reclamações  fundamentadas de 2008, as demais quatro áreas podem  ser  chamadas  de  “mais  tranquilas”. O que não significa que devem receber  menos  atenção.  Pelo  contrário,  o  Procon-SP  mantém vigilância constante para mantê-las sempre com o menor número de conflitos possíveis.

Deste  segundo grupo, o que mais gera preocupação é o de Serviços Privados, responsável por 3.148 (ou 11%) reclamações fundamentadas. O grande problema da área é a expansão dos chamados “combos”, isto é, pacotes de serviços que são  vendidos juntos e que criam uma série de dores de cabeça aos usuários. Esses  tais serviços sempre giram em torno de TV por assinatura, e envolvem acesso à internet e telefonia.

Os  Serviços Privados também incluem companhias aéreas, como Gol e Tam, que têm  queixas  relacionadas  a  atrasos  excessivos  de voos e, para piorar, recusa  em  prestar  plena  assistência  às  vítimas do transtorno. Recente decisão  da  6ª  Vara  Federal  da Justiça Federal da 3ª Região (São Paulo) ratificou  a  posição  do  Procon-SP  de  que  é  obrigação das companhias, independentemente  do  motivo,  prestar  todo  auxílio  aos consumidores. O despacho   obriga   ainda   as   empresas  a  informarem  sobre  atrasos  e cancelamentos com, no mínimo, duas horas de antecedência.

Na  seqüência, aparecem as áreas de Saúde, com 836 (3%), Habitação, com 180 (0,65%), e Alimentação, com 46 (0,17%). Elas apresentam problemas pontuais, mas,  no geral, agrupam segmentos que podem ser considerados “sob controle” –  incluindo  o  de  planos de saúde, que já ocupou os primeiros lugares do ranking.  O  Procon-SP  está  acompanhando  o  início  da  portabilidade de

carência,  com  a  esperança  de  que  a  novidade (a princípio, boa para o consumidor)  não  represente  um  aumento  significativo nas reclamações do setor.

No total, o Procon-SP registrou 27.747 reclamações fundamentadas em 2008, o que  representa  um  incremento  de  21%  em relação ao ano anterior – 2839 empresas  tiveram  que  responder  aos  processos administrativos do órgão. Houve acordo favorável ao consumidor em 15.369 dos casos (55%). Nos demais, o  processo  serviu  de  base  para  o  cidadão que optou por pleitear seus direitos na Justiça.

A capacidade do Procon-SP de receber e orientar o cidadão também cresceu no ano  de  2008.  Em  2007,  foram  prestados 515.681 atendimentos (incluindo pessoal,  por  telefone,  cartas  e eletrônico). Em 2008, esse número subiu para 531.116 – crescimento de 3%.

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