O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda mudou a versão sobre a participação informal de cerca de 80 agentes de inteligência nas investigações que culminaram na Operação Satiagraha. A atuação dos agentes foi considerada "ilegal" e "oculta" pela corregedoria da PF. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Lacerda depôs à corregedoria na última segunda-feira. Ele disse que sabia apenas da participação de agentes em Brasília e não sabia que equipes da Abin em São Paulo e no Rio colaboravam com o delegado Protógenes Queiroz. Por isso, segundo ele, disse à CPI das Escutas Telefônicas, em 2008, "entre quatro e seis agentes" haviam sido cedidos.
O delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a Operação Satiagraha, e dois policiais que teriam dado a agentes da Abin senhas de acesso a equipamentos da PF sem o conhecimento dos titulares das senhas estão entre os cinco indiciados até agora pelo delegado Amaro Vieira Ferreira. A operação apurou crimes financeiros e chegou a levar à prisão o banqueiro Daniel Dantas. Os acusados deverão responder por quebra de sigilo funcional e violação da lei de interceptações telefônicas.
Em depoimento à CPI das Escutas Telefônicas, o delegado federal Amaro Ferreira, que investiga o vazamento de informações na Operação Satiagraha, confirmou que as informações foram vazadas por agentes da Abin que estavam infiltrados na operação.
