Fiat Punto T-JET não quer saber de giro baixo

 

Autos - 27/03/2009 - 05:02:37

 

Fiat Punto T-JET não quer saber de giro baixo

Motor 1,4-litro italiano de 152 cv precisa estar acima dos 1.800 rpm para mostrar toda a sua força

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Quando avaliamos o Fiat Linea T-JET em seu lançamento, comentamos que o belo motor 1,4-litro turbo, importado da Itália, faria as delícias de muita gente se fosse adotado no Punto. Pois a Fiat resolveu colocar o propulsor sob o capô de seu compacto premium, chamando a nova versão que surgiu com o mesmo nome que a usina de força recebe: T-JET. E como anda o único “pocket rocket”, ou foguete de bolso, brasileiro?

Para começar, vale fazer uma observação curiosa. Na apresentação do Stilo Dualogic, um carro cuja maior novidade, o câmbio manual automatizado, não primava pela esportividade, mas pelo conforto, ressaltamos a contradição que havia em apresentá-lo no autódromo de Interlagos. Agora, com o Punto T-JET, que poderia ser testado em uma pista, a apresentação foi nas ruas de Belo Horizonte.

Apesar de não ser ali o melhor lugar para testar as qualidades de comportamento do carro, pode-se dizer que a primeira impressão ao volante, especialmente quando se está saindo com ele do lugar, é que existe uma demora razoável para que o turbo entre em ação. Foi algo que notamos na primeira avaliação que fizemos com o carro. Até que o turbo comece a atuar, por volta das 1.800 rpm do motor, o Punto reage como se fosse um 1,4-litro qualquer.

Basta passar desta rotação para que o carro se transforme completamente. O motor, nessa situação, mostra toda a força de seus 152 cv e 207 Nm de torque.

É um caso de dupla personalidade, com manifestações não muito evidentes do ser fraquinho e do forte.

Essa esquizofrenia acaba causando alguns embaraços, como o carro morrer em saídas ou lombadas. Isso porque nelas não se acelera muito, mas o carro havia se comportado tão bem antes que parecia mais forte, com uma necessidade mínima de pisar no acelerador. Como se sabe, não é bem assim.

Em baixa rotação, o acelerador precisa ser pisado com mais vontade. Quando ela aumenta, não é preciso provocar muito este pedal para que o carro entregue toda a sua força. Em qualquer faixa de giro, o que impressiona positivamente. Tanto faz a marcha selecionada ou a condição do terreno. Quando o carro é chamado a reagir, ele faz isso com excelente disposição.

Ao volante

A receita que a Fiat adotou no Punto T-JET teria garantido ao carro uma velocidade máxima de 203/km/h, com um 0 a 100 km/h em 8,4 s. O consumo de combustível (apenas gasolina, por ora) fica em 12,3 km/l na cidade e 16,4 km na estrada.

No breve contato que tivemos com o carro, não foi possível estabelecer uma média de consumo, mas sim suas qualidades dinâmicas. E são muitas, com uma suspensão mais firme que a encontrada no Punto comum. Firme, mas ainda mais confortável do que se poderia esperar de um esportivo, ainda que capaz de uma aceleração lateral de quase 1 g (0,9 g).

Não chegamos a forçar o Punto tanto assim em curvas, mas foi fácil notar que os bancos oferecem ótimo apoio lateral, mantendo o corpo do motorista e do passageiro dianteiro sempre firme e confortavelmente no lugar.

Quem conhece muito de carro achou que os pneus 205/50 R17 acabaram amarrando o desempenho do Punto. Pneus mais finos talvez o ajudassem a atingir uma velocidade máxima maior, algo importante para uma versão esportiva, ainda que impraticável e ilegal para o dia-a-dia.

Silencioso, o Punto T-Jet tem um ronco grave que invade a cabine de modo suave, sem se fazer notar a não ser para quem queira deixar o som desligado. É um toque de suavidade que também se nota no funcionamento do turbo, que atua de modo uniforme e sem trancos. Do jeito que gostamos que um turbo seja: discreto.

Não há porradas contra os bancos a cada aceleração, mas sim uma presença constante do torque, disponível sempre que for solicitado, em qualquer rotação.

Com tudo isso, o que se pode dizer do Punto T-JET é que, mais do que um esportivo, ele poderia ser apenas a versão topo de linha do Punto. Isso evitaria o ônus, inclusive financeiro, que existe em ter uma versão agressiva de qualquer carro. O valor do seguro tende a ser muito alto, especialmente pelo perfil de quem comprará o veículo.

A maioria pode ser composta de gente que não necessariamente sente que tem um carro forte nas mãos, mas que precisa provar que tem para os amigos. É nessas situações que acidentes graves acontecem, o que encarece o seguro. O carro pode até nunca bater, mas tende a estar malhado ou mexido. Se fosse um veículo luxuoso e potente, sem a pecha de esportivo, o Punto T-JET representaria uma excelente escolha para quem procura um veículo potente e completo.

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