Em meio à operação "Castelo de Areia", que prendeu diretores da Camargo Corrêa e doleiros na última quarta-feira, a Polícia Federal (PF) investigou também a empreiteira OAS e o presidente do conselho administrativo do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, segundo informações da edição de domingo do jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com um relatório da PF, a OAS teria um funcionário, identificado como Joilson Santos Goes, envolvido com o doleiro Kurt Paul Pickel. O suíço naturalizado brasileiro é apontado como o líder de um esquema de crimes financeiros, superfaturamento de obras, fraude a licitações públicas e doações ilegais a partidos políticos.
O suposto funcionário da OAS teve telefones grampeados, mas o juiz Fausto Martins de Sanctis encerrou a monitoração em 1º de setembro de 2008. Segundo o jornal, o relatório deixa de citar suspeitas sobre a OAS em dezembro. A empresa preferiu não se manifestar sobre as ações da PF.
Já o banqueiro do Bradesco teve telefonemas com Pickel interceptados, nos quais diz que seu motorista levará uma "encomenda" à casa do doleiro. Delegados da PF seguiram o motorista de Brandão e confirmaram a entrega em outro telefonema do banqueiro, mas não conseguiram descobrir do que se tratava a transação. A assessoria do Bradesco informou que a investigação sobre o executivo era uma "menção imprópria e deslocada do contexto".
Neste sábado, a Justiça concedeu habeas-corpus aos dez suspeitos presos pela PF em São Paulo.