A prefeitura de São Paulo, o Ministério Público e o Deutsche Bank fecharam ontem o valor e os termos do primeiro acordo para a devolução de dinheiro supostamente desviado dos cofres do município durante as gestões de Paulo Maluf e Celso Pitta, entre 1993 e 2001. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o acordo que será assinado prevê que o banco devolva US$ 5 milhões, dos quais US$ 4 milhões serão destinados à prefeitura, US$ 500 mil à União e US$ 500 mil ao Estado.
O MP e a prefeitura devem ainda entrar com ações para o repatriamento de cerca de US$ 150 milhões supostamente desviados da prefeitura que estariam no exterior. A primeira das ações para reaver o dinheiro deve ser nos Estados Unidos. A decisão se deve ao risco de se perder o prazo legal para que o município repatrie os recursos.
O secretário de Negócios Jurídico da prefeitura, Cláudio Lembo, afirmou ao jornal que as negociações estão adiantadas para reaver o dinheiro que teria sido depositado na ilha de Jersey. O dinheiro teria saído do Brasil por meio de contas no Banestado, passado por Nova York e Suíça antes de chegar a Jersey.
O Deutsche Bank aceitou o acordo por supostamente ter sido usado nesse processo. Outros bancos devem ser chamados em busca de um acordo.
Maluf sempre negou a existência de contas no exterior. Ainda de acordo com o jornal, para os representantes do município e do MP, a prova contra Maluf é "excelente". Há ação criminal em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), por causa do foro privilegiado, em que Maluf é acusado de evasão de divisas.
