Os comandos da Marinha e da Aeronáutica informaram nesta segunda-feira que o número total de corpos de vítimas com o acidente do vôo AF 447 resgatados até agora é de 24. Dezesseis deles estão a caminho de Fernando de Noronha, na fragata Constituição.
Os últimos oito corpos foram encontrados, em trabalho conjunto da Marinha do Brasil e da Marinha Francesa, a 440 km do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, em águas internacionais. Eles foram recolhidos pela fragata brasileira Bosisio e devem ser encaminhados à Fernando de Noronha. Mais tarde, os corpos devem ser submetidos à perícia e transportados de avião para a cidade do Recife.
Apesar de ressaltar a todo momento que o recolhimento dos destroços da aeronave nao é prioridade, a Aeronautica e a Marinha informaram que estruturas do Airbus continuam sendo recolhidas. Esse material ficará acondicionado nos barcos até que o máximo de corpos possível seja recolhido.
Segundo a Aeronáutica, a prioridade não é encontrar a caixa-preta do avião, embora isso seja possível. A Aeronáutica disse, ainda, que o governo francês é quem tem o maior interesse em encontrar esse equipamento. O detalhamento sobre os destroços do avião encontrados até agora também caberá ao governo francês.
De acordo com o capitao de fragatas Giucemar Taborda, a Marinha brasileira não irá utilizar seus submarinos nos trabalhos. Um submarino nuclear francês, da categoria Rubis, medindo 72 m, deve se juntar às buscas na próxima quinta-feira.
As condições meteorológicas não interferiram nas operações de busca e resgate nesta segunda-feira, mas há indicação de formações de tempestades próximo a Fernando de Noronha, o que dificultaria as buscas a partir desta terça-feira. As ações de busca stão concentradas nos pontos onde foram localizados os corpos até agora. O levantamento de outros focos de destroços continua a ser feito pela aeronave R-99 e, durante a noite, aeronaves de busca visual trabalham no transporte de suprimentos para Fernando de Noronha.
Ao final da entrevista coletiva, em uma mensagem aos familiares das vítimas, o tentente-coronel Henry Munhoz citou o sucesso nas buscas dos corpos do acidente aéreo da Gol, em setembro de 2006. "Na época, quase ninguém acreditava que pudessemos resgatar os corpos. Cento e cinquenta e quatro foram resgatados. Hoje temos um desafio muito maior, porque temos 228 passageiros esperando resgate. Nosso objetivo é nao deixar ninguém para trás", disse Munhoz.