A torcida do São Paulo teve reações distintas nos minutos finais da partida que decretou a eliminação do clube na Copa Libertadores da América, na noite da última quinta-feira. Com a vitória por 2 a 0 do Cruzeiro no Morumbi, boa parte dos são-paulinos nas arquibancadas entoou a cobrança com o grito "time sem vergonha".
Porém, pouco depois, o coro se transformou em exaltação ao técnico Muricy Ramalho. Os tricolores gritaram com entusiasmo a palavra "tricampeão" e o nome do treinador, que se manteve no cargo depois das outras três eliminações passadas no torneio continental.
O treinador são-paulino considerou natural o protesto vindo das arquibancadas. "É difícil ouvir isso, mas temos de entender que eles estão apoiando desde o começo do ano e não tinham reclamado antes. Depois de perder Libertadores e Paulista, não dá para eles ficarem quietos, eles têm de desafogar", disse.
Depois da partida, um grupo de tricolores se concentrou em frente ao portão principal do estádio e soltou mais gritos de protestos, mas, desta vez, direcionados principalmente ao atacante Washington, ao meio-campista Hernanes e ao presidente Juvenal Juvêncio.
Além disso, segundo informação da rádio Jovem Pan, os seguranças do CT da Barra Funda conseguiram interromper a ação de pessoas que estavam pichando os muros do local.
O capitão André Dias seguiu o discurso do comandante quando analisou a manifestação feita ainda dentro do estádio. "O torcedor pagou ingresso e tem o direito de falar o que quiser. Os mesmos que gritaram time sem vergonha cantaram tricampeão".
Nesta quinta, quase 53 mil torcedores compareceram ao estádio e amargaram a eliminação do time da casa no Morumbi.