A Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês, fundada e administrada pela família Sarney e impedida de receber verba da União desde o início do ano, ainda usufrui de recursos de estatais e repasses de incentivo fiscal. A entidade está inadimplente devido à ausência de prestação de contas de um convênio de R$ 150 mil com o Ministério do Turismo. A informação é da Folha de S.Paulo.
Na quarta-feira, a associação recebeu da Caixa Econômica Federal R$ 600 mil com base na Lei Rouanet, para pagar as despesas de sete dias de festa junina em São Luís (MA).
A entidade recebeu cerca de R$ 3 milhões de empresas estatais nos últimos cinco anos. A Eletrobrás, por exemplo, repassou R$ 389 mil no final do ano passado.
O diretor da empresa, Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho, trabalha no gabinete do senador Lobão Filho (PMDB-MA), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O Ministério do Turismo informou que a associação pode ter que devolver o dinheiro da Caixa, destinado ao festival Maranhão Vale Festejar, que acontece há sete anos.
Segundo o Ministério da Cultura, no entanto, o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) não precisa ser consultado quando o financiamento acontece em forma de renúncia fiscal.
A entidade foi fundada em 2000, com a presença de um filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e de outro membro da família, Ronaldo Furtado Sarney, segundo a ata da inauguração.
A associação deve receber mais R$ 99,5 mil do Banco do Brasil para promover o mesmo evento. A Vale, que patrocina o evento, não divulgou o valor investido, mas afirmou que a ação acontece devido á promoção da cultura local.
