O superintendente da Receita Federal em Minas Gerais, Eugênio Celso Gonçalves, afirmou ao jornal O Globo que as intervenções do governo no Fisco vão além do que já foi divulgado. Gonçalves deixou na terça-feira o cargo, 11 meses após ser indicado pela ex-secretária Lina Vieira. Na Segunda-feira, 12 servidores haviam pedido demissão devido a uma suposta "ingerência política" na Receita.
A ex-secretária, demitida de sua função, sustenta a tese de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria a convocado e pedido agilidade em investigações contra empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). No suposto encontro, Lina teria interpretado o pleito como uma ordem para "encerrar" as apurações.
"Certamente, existem outras interferências (...) não posso entrar em detalhes, porque há sigilo fiscal e poderia sofrer processo administrativo por causa disso", disse o demissionário ao jornal.
Gonçalves disse ainda que saiu do caro em solidariedade às diretrizes de Lina. "São as diretrizes de uma Receita justa, transparente, cidadã. E que não pode, como instituição do Estado, abrir mão da isenção e da autonomia para prover o poder público dos recursos necessários às políticas sociais", contou ao jornal.