O governante no poder em Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que respeitará a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está o deposto líder hondurenho, Manuel Zelaya, que voltou na segunda-feira a seu país.
"Digo publicamente ao presidente Lula da Silva: vamos respeitar sua sede, porque essa é terra do Brasil e vamos respeitar, se eles responderem a nossos pedidos", disse, em declarações à imprensa na Casa Presidencial. Michelletti disse inclusive que Zelaya pode até morar lá, se quiser.
"Nós não iremos fazer absolutamente nada, nós queremos que eles compreendam que ou lhe dão asilo ou lhe entregam às autoridades para seu julgamento", disse. "Se ele (Zelaya) quiser ficar vivendo lá uns 5 ou 10 anos, nós não temos nenhum inconveniente para que viva lá", afirmou.
Diante de uma pergunta sobre se fará algo imediatamente em relação à embaixada brasileira, respondeu: "não, nada, temos muita reflexão sobre o tema". Micheletti também qualificou de "correto" que Lula tenha pedido a Zelaya que não dê argumentos para que a embaixada seja invadida pelas forças de segurança hondurenhas para detê-lo.
"É o correto, que (Lula) tenha feito a chamada" a Zelaya, porque "está asilado em uma de suas embaixadas e é certo que não continue provocando mais a população nem siga incitando a violência da casa de um país irmão", disse.
Lula disse hoje, em Nova York, que pediu a Zelaya que fique tranquilo e não dê argumentos às autoridades golpistas para incorrer em uma violação da sede diplomática brasileira em Tegucigalpa.
O presidente brasileiro informou aos jornalistas que falou hoje por telefone com Zelaya, a quem garantiu proteção dentro da embaixada do Brasil.
O vice-ministro de Segurança hondurenho, Mario Perdomo, reiterou à imprensa que continuam em vigor as ordens de captura contra Zelaya, sob acusações de vários crimes políticos e comuns.