O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, expressaram nesta segunda-feira seu "inabalável repúdio" às armas de destruição em massa, em especial às nucleares. Em uma declaração conjunta emitida por ocasião da visita do presidente iraniano a Brasília, os dois governantes manifestam sua "seu inabalável repúdio às armas de destruição em massa, em particular às armas nucleares, cuja existência implica uma séria ameaça à paz e à segurança internacionais e à sobrevivência humana".
Segundo o documento de 17 pontos divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, Lula e Ahmadinejad reafirmaram "seu compromisso com o desarmamento e a não-proliferação nuclear e sublinharam a importância de que se tomem medidas práticas no campo do desarmamento".
Além disso, "os dois presidentes manifestaram seu apoio a uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio", ressalta o comunicado conjunto.
Depois de se reunir ontem com Ahmadinejad, Lula reconheceu o "direito" do Irã de desenvolver um programa nuclear "com fins pacíficos" e em conformidade com os "acordos internacionais".
"O que nós temos defendido há muito tempo é que o Irã possa produzir urânio para desenvolvimento de energia", disse Lula após a reunião que teve hoje com Ahmadinejad em Brasília.
Posteriormente, em entrevista coletiva concedida hoje à noite em Brasília, o presidente iraniano tentou moderar seu discurso quando perguntado sobre se achava que Estados Unidos ou Israel poderiam vir a atacar o Irã.
"Não teriam coragem para fazê-lo. Achamos que a era dos ataques militares chegou a seu fim", pois "as armas e as ameaças pertencem ao passado", afirmou Ahmadinejad.
Hoje, o presidente do Irã segue para a Bolívia, a segunda etapa de sua viagem pela América do Sul, que terminará na Venezuela.