Mantega diz estar decepcionado com FMI por reforma de cotas

 

Economia - 25/04/2010 - 18:32:50

 

Mantega diz estar decepcionado com FMI por reforma de cotas

 

Da Redação com Invertia

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse no seu pronunciamento ao Comitê Monetário e Financeiro Internacional, neste sábado, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, que está decepcionado com o desempenho da organização com respeito à reforma de cotas. "Estamos chocados com a falta de ambição do Fundo em termos de rapidez e substância", afirmou.

Segundo o ministro, a legitimidade da instituição depende de uma redistribuição significativa do poder de tomada de decisões. "Aparentemente, isso ainda não ficou claro o suficiente para todos, pois continuamos vendo esta questão ser protelada ou empurrada para a margem da agenda (do FMI)", disse Mantega. O ministro lembrou o Comitê de que, de 2004 a 209, os países emergentes e em desenvolvimento contribuíram com três quartos do PIB mundial em termos de paridade de poder de compra (PPC).

"A insistência em não mudar esta fórmula deficiente (de distribuição de cotas) demonstra uma injustificável resistência à mudança", afirmou o ministro. Mantega defende que o PIB dos países em termos de PPC deve ter uma função bem mais relevante na distribuição de cotas, uma vez que é uma variável mais estável e menos afetada pelas flutuações cambiais e pelos ciclos econômicos. Além disso, o ministro afirmou que está na hora de selecionar os dirigentes do FMI e do Banco Mundial com base no mérito e não na nacionalidade. Tradicionalmente, o diretor-gerente do FMI é europeu, ao passo que o presidente do Banco Mundial é cidadão dos EUA.

Acúmulo de reservas
Mantega disse ao Comitê que a ideia bastante comum de que o acúmulo de reservas contribui com desequilíbrios nas economias mundiais "é absurda". "As reservas internacionais proporcionam uma proteção adequada contra as saídas de capital e outros choques." Segundo o ministro, as entradas de capital provenientes de condições monetárias sem a devida regulamentação encontradas nos países ricos são uma fonte de instabilidade mundial e não o acúmulo de reservas internacionais.

"O Brasil não está disposto a abrir mão de suas reservas internacionais em troca de nenhum tipo de mecanismo de segurança multilateral", afirmou. O ministro disse que uma das principais metas do Fundo deve ser monitorar as economias avançadas, pois a crise atual fez disso uma necessidade. "O Fundo deve ser capaz de identificar, por meio da monitorização bilateral e multilateral, os desequilíbrios entre as economias que podem impactar o resto do mundo", disse Mantega.

No pronunciamento, o ministro lembrou que a fraqueza fiscal de diversos países de economia avançada é a maior ameaça à recuperação da economia mundial. "Em alguns países europeus essa fraqueza já foi traduzida em instabilidade financeira", disse Mantega. Depois do pronunciamento, o Guido Mantega se reuniu com o ministro das Finanças da Grécia, George Papaconstantinou, e afirmou apoiar a Grécia no seu pedido de ajuda ao FMI.

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