O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve manter Romeu Tuma Jr. no cargo de secretário nacional de Justiça caso nenhum "fato novo" torne a sua situação insustentável, segundo um ministro. Gravações telefônicas obtidas em investigações da Polícia Federal indicam que Tuma Jr. teria relações com o chefe da máfia chinesa, Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso em 2009 sob acusação de contrabando. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
"Todo mundo sabe que o delegado Tuma Filho é um delegado muito experimentado na polícia brasileira, na polícia de São Paulo. É um homem que tem uma folha de serviços prestados a esse País. Se há uma denúncia contra ele, a única coisa que temos que fazer antes de precipitarmos decisões é investigar da forma mais democrática possível, dando a ele possibilidade de se defender", afirmou Lula, durante cerimônia no Itamaraty, em Brasília.
Uma reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo afirma que gravações telefônicas e e-mails interceptados pela PF mostram contatos entre Li Kwok Kwen e Tuma Júnior. Kwen foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) no fim de 2009, por formação de quadrilha.
Na visão da Presidência, a investigação não aponta nenhuma ilegalidade cometida pelo secretário, a quem Lula se refere como "um bom policial", de acordo com um auxiliar direto. Lula teria se mostrado satisfeito com as explicações de Tuma Jr., oferecidas na quarta-feira, mas pediu ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que buscasse mais informações. Segundo a cúpula do governo, Barreto não teria obtido, até ontem, um dado que comprometesse o secretário. Em Buenos Aires, o ministro confirmou que fez à PF "um pedido formal de informações" sobre o caso, mas descartou afastar Tuma Jr. imediatamente.