O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, nesta quarta-feira elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 10,25% ao ano.
O aquecimento do mercado e o medo de inflação pesaram na decisão do comitê. O Produto Interno Bruto apresentou um crescimento de 2,5% nos primeiros três meses do ano e, se continuassem nesse rítmo, desconsiderando os dados sazonais, poderia bater a casa dos 10% em 2010.
Está foi a segunda alta seguida do índice que, até abril passado, não subia há 19 meses, desde setembro de 2008, quando o comitê decidiu por aumentar a Selic de 13% para 13,75% ao ano.
A Selic iniciou 2009 nos 13,75%, sendo reduzida para 12,75% já na primeira reunião do Copom no ano, em janeiro. Em março, caiu para 11,25% ao ano, com nova redução em abril para 10,25%.
Em junho do ano passado houve um novo corte de 1 ponto percentual para 9,25% ao ano e em julho o comitê reduziu o ritmo, com uma queda de 0,5 ponto percentual para 8,75% ao ano, percentual que foi mantido até a penúltima reunião, em 28 de abril, quando a taxa foi elevada para 9,5% ao ano.
A taxa básica de juros remunera os títulos públicos depositados do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de parâmetro para o custo do dinheiro nas operações de empréstimo entre bancos. Por consequência, também influencia a taxa cobrada dos consumidores que pegam dinheiro emprestado de instituições financeiras.
Quanto menor a Selic, mais interessante para os bancos é emprestar ao consumidor e esperar o recebimento de juros maiores, do que comprar títulos do governo, que são garantidos, mas pagam menos.