Para tentar diminuir os problemas respiratórios de sua população, São Paulo será a primeira cidade do mundo a adotar os limites para poluição do ar recomendados pela Organização Mundial de Saúde. A nova determinação virá por decreto assinado pelo governador Alberto Goldman (PSDB) até dezembro. O padrão será mais rígido e deve implicar, além de novos requisitos para empresas obterem licenças ambientais, na aplicação de medidas mais extremas, como ampliação do rodízio de veículos sempre que o nível de poluição atingir índices críticos.
Segundo Claudio Alonso, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o novo padrão deve vir acompanhado de ações como a expansão dos meios de transportes públicos. Sem alterações na mobilidade, os novos limites não surtirão efeito e serão ultrapassados constantemente. Hoje o tráfego nas maiores vias de São Paulo arrasta-se a 15 km/h. "É a mesma velocidade que os bandeirantes andavam no século 18. Não é possível melhorar a qualidade do ar com tanta emissão nesse anda e para", diz Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.