Especial Eleições 2010
Antonia Aparecida dos Santos Neves Silva, analista tributária da Receita Federal que está sendo investigada por ter supostamente violado imotivadamente o sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, disse ter tomado conhecimento do processo administrativo apenas nesta quarta-feira (21). A funcionária negou ter quebrado o sigilo do tucano.
As afirmações da analista foram feitas em conversa por telefone com Hélio Bernades, presidente do Sindireceita, entidade sindical representativa de analistas fiscais. Para ele, Antonia está sendo usada como "boi de piranha".
Bernardes é vice-presidente da entidade e assumiu a presidência com a saída de Paulo Antenor, que se licenciou do Sindireceita para concorrer ao Senado Federal como suplente de Magno Malta. Ambos são do PR, partido que integra a base da candidatura de Dilma Rousseff (PT) ao Planalto. Questionado se o sindicato era filiado a alguma central sindical, Bernardes garantiu que não e negou que Antônia fosse filiada a algum partido.
Bernardes destaca que ainda falta apurar "os indícios de que outras pessoas teriam acessado". "Ela foi quem acessou imotivada, mas quem me garante que as pessoas que acessaram motivadas não vazaram as informações?", questionou o dirigente da entidade, a qual Antonia integrou como secretária geral da delegacia sindical de Santo André e São Bernardo, entre os anos de 2005 a 2007.
A delegacia da Receita Federal em Santo André confirmou nesta quarta que Antonia está sendo averiguada pela quebra do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge. Ainda segundo a assessoria de comunicação do órgão, "os procedimentos estão sendo feitos pela corregedoria em Brasília".
Na semana passada, o secretário-geral do órgão, Otacílio Cartaxo, depôs no Congresso e disse saber quais os funcionários do Fisco que acessaram dados confidenciais de EJ, como é conhecido o vice-presidente do PSDB - embora não pudesse afirmar se o fizeram por motivos justificados ou não.
O secretário disse que não poderia revelar as identidades dos funcionários por ainda estar em fase de investigação o processo que apura se partiu deles o vazamento de informações sobre a movimentação bancária de Jorge e suas declarações de renda.
De acordo com informações, um grupo de investigação supostamente ligado à petista Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, obteve nos arquivos da Receita documentos sobre uma série de três depósitos na conta de EJ, além de informações sobre seu Imposto de Renda.