Uma disputa entre o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e o de São Paulo paralisou o inquérito que investiga tráfico de influência em uma negociação de R$ 5 milhões entre a Telemar (atual Oi) e a Gamecorp, empresa que tem como sócio Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula. O MPF paulista afirma que o caso deve ser investigado no Rio, local da sede da Telemar, enquanto o carioca argumenta que também não pode investigar o caso, já que a suposta beneficiada na transação, a Gamecorp, está em São Paulo.
A Polícia Federal abriu há três anos inquérito para apurar o negócio. O impasse chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde a decisão sobre a competência para apurar o caso é aguardada desde outubro de 2009. Em maio deste ano, a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou parecer defendendo que a apuração seja feita onde está a empresa de Lulinha, ou seja, em São Paulo, mas o relator do processo no STJ, ministro Jorge Mussi, ainda não se posicionou. A Telemar investiu R$ 5 milhões para virar sócia minoritária da Gamecorp. Ao apurar se houve tráfico de influência, a investigação poderia esclarecer a suspeita de que a Telemar ajudou a empresa de Lulinha para alterar a Lei Geral de Telecomunicações. Em 2008, um decreto presidencial alterou a legislação, permitindo a fusão da empresa de telefonia com a Brasil Telecom, que resultou na empresa Oi.