Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fecharam rodovias e fizeram protestos na sexta-feira (20) no Rio Grande do Sul para lembrar o assassinato do sem terra Elton Brum da Silva. O agricultor foi morto em 21 de Agosto do ano passado durante uma ação de reintegração de posse feita pela Polícia Militar gaúcha.
Durante a manhã em Porto Alegre, cerca de 300 pessoas ocuparam o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Nas cidades de Palmeira das Missões, no Norte do estado, em Júlio de Castilhos, na região central, e em São Gabriel, na fronteira oeste, os manifestantes bloquearam rodovias.
As mobilizações criticam a demora da Justiça em punir o policial que atirou contra Elton durante o despejo da Fazenda Southall, em São Gabriel. De acordo com o integrante do MST, Gilson Rodrigo de Almeida, os sem terra também protestam contra a morosidade dos governos federal e estadual em fazer a reforma agrária.
“O objetivo é relembrar um ano da morte do Elton Brum, na desocupação da Fazenda Southall em 2009. E também para questionar a política de reforma agrária do governo federal, questionar a morosidade da reforma agrária. Faz dois anos que novos assentamentos não são criados no Estado. E talvez deixar um aviso, um recado de que se não tratarem a política de reforma agrária com mais cuidado, com mais atenção e de fato, fazer uma política de reforma agrária que desenvolva o campo e que também distribua os latifúndios, nós vamos voltar com as mobilizações”.
No final do protesto em Porto Alegre, os sem terra entregaram um documento com reivindicações ao Incra. Entre os itens, os trabalhadores criticam a nova normativa do órgão federal para selecionar as famílias que serão assentadas no Estado. Conforme Almeida, ela exige que as famílias comprovem, entre outros itens, registro em carteira de trabalho, o que não é comum entre os trabalhadores do campo.
