O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,75% ao ano, em reunião encerrada nesta quarta-feira. Com isto, o Copom interrompe uma série de três altas seguidas da taxa.
O Copom não deu viés para a taxa. Segundo nota divulgada pelo BC, ao mesmo tempo em que não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo, o Copom observa a continuação do processo de redução de riscos para o cenário inflacionário.
"O Comitê avalia que, neste momento, a manutenção da taxa de juros básica no nível estabelecido em sua reunião de julho proporciona condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas", afirmou a nota.
A maior parte dos economistas já esperava que o Copom interrompesse agora o ciclo de aperto monetário, diante de sinais de desaquecimento da economia brasileira e internacional. Na reunião anterior, em julho, o Copom já havia abrandado o ritmo de aumento da Selic para 0,50 ponto, surpreendendo boa parte dos analistas que esperavam um novo aumento de 0,75 ponto.
Depois de um início de ano robusto, a atividade no País desacelerou no segundo trimestre e os dados iniciais do terceiro trimestre apontam, por exemplo, um ritmo ainda brando da indústria.
O País cresceu 2,7% de janeiro a março, mas a expectativa de analistas é de que a expansão seja de apenas 0,7% no segundo trimestre na comparação com o período imediatamente anterior. O Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho será divulgado pelo IBGE na sexta-feira.
A inflação "oficial" do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou estabilidade em julho pelo segundo mês seguido.
Enquanto isso, vários indicadores vêm mostrando que a recuperação econômica está fraquejando nos Estados Unidos e em vários países da Europa, deixando os mercados financeiros apreensivos.
