Especial Eleições 2010
Em depoimento à Delegacia Seccional de Santo André, o office-boy Ademir Estevam Cabral afirmou que nunca viu o requerimento utilizado por Antônio Carlos Atella Ferreira para ter acesso aos dados fiscais de Verônica Serra, filha do presidenciável tucano José Serra. Segundo relatou o delegado José Emílio Pescarmona, Ademir disse que era ele quem recebia serviços por encomenda de Atella e não o inverso, como Atella disse em depoimento à Polícia Federal.
Durante a acareação que ocorreu nesta quinta-feira (9), o office-boy reconheceu a assinatura de Atella na procuração falsa e se colocou à disposição para realização de exames grafotécnicos a fim de provar sua inocência. Ademir disse que conheceu Atella há cerca de cinco anos quando os dois trabalhavam como "officce boy de luxo" protocolando despachos na Junta Comercial de São Paulo.
Ademir afirmou ainda que manteve vínculos com Atella no passado, num escritório de despachante localizado na rua José Gaspar, mas que não mantinha contato com ele há muito tempo. O office-boy se disse surpreso por ter seu nome envolvido nessa confusão.
O delegado informou que já entrou na Justiça com o pedido de quebra de sigilo telefônico dos dois principais envolvidos no caso. A polícia pretende verificar a movimentação telefônica que ouve entre eles para saber quem de fato encomendou o serviço. Serão vasculhados três telefones de Atella e um de Ademir.
Esta foi a segunda vez que Atella não compareceu para depor. Ele falou nas sessões marcadas na última quarta-feira e na de hoje. Há uma nova tentativa agendada para a manhã desta sexta feira, às 10h. Caso não compareça, o delegado informou que irá intimar sua presença.
Trecho do depoimento
No depoimento, Ademir conta que Atella o procurou um dia após conceder a entrevista à Rede Globo para conversarem sobre as declarações. De acordo com a avaliação do delegado, o trecho do depoimento abaixo foi uma tentativa de Atella de combinar um discurso com Ademir.
- O senhor Antônio Carlos ligou para o declarante (Ademir) um dia após a entrevista na Rede Globo, dizendo ao declarante que precisariam conversar a respeito do caso, perguntando, preliminarmente, ao declarante se o mesmo havia assistido a entrevista. Só que o mesmo respondeu que sim, mas, até então Antônio Carlos não tinha feito o uso de seu nome.