O diretório estadual do PP-SP, presidido pelo deputado Paulo Maluf, decidiu nesta segunda-feira, último dia do prazo para a composição das alianças, abandonar a campanha de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo do estado de São Paulo, para apoiar a candidatura de Paulo Skaf (PMDB).
Com o recuo do PP - um mês depois do aperto de mão entre Maluf e Padilha para selar o apoio -, o PT perde mais um partido da base aliada do governo federal. PDT, PROS e PSD também já declararam apoio a Skaf.
Além disso, Padilha perde cerca de um minuto na propaganda eleitoral e conta agora apenas com o apoio do PR e do PCdoB. O candidato petista aparece em terceiro lugar nas pesquisas com 3% das intenções de voto, atrás de Skaf, com 21%, e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 44%.
A decisão do PP foi formalizada após um dia inteiro de reunião entre os membros da executiva estadual, que aprovou a debandada por maioria dos presentes. A sigla estava descontente com a falta de espaço na chapa petista e entendeu que com o PMDB teria mais chances de aumentar sua bancada de deputados.
O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da sigla, viajou para São Paulo para tentar demover Maluf da articulação.
"O que pesou foi a questão de composição da chapa majoritária, eles queriam um espaço maior. Conversei com Maluf, deixei clara minha posição contrária a essa mudança", afirmou Nogueira.
Nos bastidores comenta-se que o fato de Padilha estar estacionado em apenas 3% das intenções de voto em São Paulo pesou na decisão de Maluf de pular para o barco do PMDB de Paulo Skaf, que tem até aqui 21% das intenções de voto – Geraldo Alckmin (PSDB) tem 44%.
Com a saída do PP da coligação petista, Padilha perde ao menos um minuto do tempo de TV na campanha, coligando-se apenas com PCdoB e PR.
Paulo Skaf, por sua vez, terá a companhia do PSD, do PROS e do PDT, ambos partidos da base de apoio de Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
Skaf afirmou não houve negociação para o PP compor chapa e que o partido “é muito bem-vindo”.
Padilha escolhe vice negro e funcionário de carreira da Sabesp
Sem o apoio do PP de Maluf, que debandou para a candidatura de Paulo Skaf (PMDB), o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, escolheu um funcionário de carreira da Sabesp para ser o vice na chapa que concorre às eleições de outubro.
O nome do ex-deputado estadual Nivaldo Santana foi anunciado na noite desta segunda-feira (30), data final para fechamento de chapas eleitorais em todo o País.
Nivaldo é filiado ao PCdoB de São Paulo e foi parlamentar por três mandatos seguidos no Estado. Negro e funcionário de carreira da Sabesp, o comunista presidiu o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) por nove anos, sendo grande conhecedor dos problemas hídricos da região.
A escolha foi feita pela pela Executiva Estadual do PT-SP em reunião que também homologou os nomes de José Tadeu Candelária – presidente do PR em SP, como primeiro suplente de senador na vaga disputada por Eduardo Suplicy, e a petista Rozane Luz como segunda suplente na mesma chapa.
Militante do movimento negro e sindicalista, a escolha de Santana atende às demandas de dois setores importantes do PT e do PCdoB, que reivindicavam mais espaço na campanha do ex-ministro da Saúde.
Santana é secretário de formação sindical do PCdoB e tem profundas raízes com os comuistas da sigla, que também é o partido da mãe e do pai de Alexandre Padilha.
A chapa do PT ao governo de São Paulo neste ano terá o PCdoB e o PR como partidos coligados, que devem render ao petista cerca de cinco minutos de tempo de televisão durante a campanha.
Ao escolher um funcionário da Sabesp, os petistas sinalizam que devem investir pesado na questão da falta de planejamento hídrico do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na campanha.