8 marcas que devem mudar o discurso após a derrota do Brasil na "Copa das Copas"
Da Redação com Época
Foto(s): Reprodução Facebook
COCA-COLA: CANUDO REPRESENTA O NÓ NA GARGANTA DO TORCEDOR BRASILEIRO
Depois da histórica derrota do Brasil para a Alemanha, o humor do brasileiro em relação à Copa do Mundo mudou radicalmente. Sensíveis à torcida, as marcas também modificaram o discurso, adotando um tom mais sóbrio e reduzindo interações. Tudo para evitar que algum desgaste possa decorrer de um evento que, até agora, foi positivo para as empresas envolvidas.
Após o placar de 7 a 1 contra a Alemanha, as marcas trocaram a agressividade nas redes sociais - com posts e vídeos produzidos em tempo real - por uma postura bem mais conservadora. Foi o que fez a Coca-Cola, que tem uma equipe inteira dedicada ao marketing em tempo real, mas só publicou a imagem de um canudo representando o nó na garganta do torcedor brasileiro mais de três horas após o fim da partida. Outras marcas que "torciam junto" com o brasileiro tiveram de mudar o tom. A Sadia trocou a campanha #jogapramim - que mostrava crianças que nunca viram o Brasil ser campeão mundial - por #tamojuntinho, com mensagens de esperança para o futuro.
Após a derrota, empresas como Visa, Itaú, Hyundai, Garoto e Nike também reduziram os posts nas redes sociais. O Guaraná Antarctica suspendeu as interações no Twitter, sem nenhuma menção ao vexame da seleção, da qual é patrocinador. Abandonar totalmente o território, segundo o diretor de graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Luiz Fernando Garcia, não é aconselhável. "As marcas agiram na Copa como seres humanos, como se tivessem sentimentos. Então, no momento ruim, elas também têm de se posicionar", explica o publicitário. "O maior desafio é fazer isso sem ser piegas."
Independentemente da derrota do Brasil, o resultado para as empresas que patrocinaram a Copa do Mundo ou a seleção foi positivo. Segundo o presidente da NeogamaBBH, Alexandre Gama, as marcas decidiram investir na Copa sem contar com a vitória brasileira. "Tudo o que as marcas queriam da Copa elas conseguiram. O Brasil ser campeão seria um bônus." Para o publicitário, a derrota do Brasil serve também para as marcas começarem a se despedir do evento, evitando a "ressaca" do assunto. "As marcas já cumpriram suas metas. Quem participou da Copa conseguiu firmar seu nome da cabeça do consumidor brasileiro."
No lucro
A americana Liberty Seguros investiu pela primeira vez em um grande evento esportivo nesta Copa. "Faturávamos mais de R$ 1 bilhão no país, mas precisávamos de uma aposta de peso para ficarmos mais reconhecidos", afirma Adriana Gomes, diretora de marketing da Liberty Seguros no Brasil. "Atingimos todos os nossos objetivos já na Copa das Confederações. O que veio depois foi lucro", acrescenta a executiva.
Dona de uma das cotas de patrocínio da transmissão da Copa do Mundo de Futebol na TV Globo - de R$ 180 milhões - e tendo investido mais dinheiro no evento também com outras ações, o Magazine Luiza está tirando o centroavante Fred de suas campanhas publicitárias. No lugar do centroavante da seleção entra o ex-goleiro Marcos, que também defendeu a camisa do Brasil e fez história no Palmeiras.
A mudança já vinha sendo discutida devido ao baixo rendimento do atleta e ganhou forma após o vexame contra a Alemanha, sábado, quando o Brasil perdeu por 7 a 1 e o centroavante foi apontado como um dos piores em campo. A saída então para a rede varejista teria sido colocar em prática um plano B e o ex-goleiro já pode ser visto com mais frequência nos comerciais da empresa.
Oficialmente o Magazine Luiza não se pronunciou sobre a troca, mas Fred havia sido contratado em novembro de 2013 para estar à frente da promoção criada pela agência Etco. A ação começou em dezembro e está prevista para terminar após a Copa. Nas peças publicitárias o centroavante contracenava com Lu, uma personagem virtual. Já Marcos foi contratado há menos de três meses para fazer inicialmente um único comercial e como coadjuvante de Fred.
O Magazine Luiza, que nesta quinta-feira, 10, inaugurou uma nova unidade em Lins (SP), foi fundado em 1957 e é uma das maiores redes varejistas do Brasil, com 737 lojas e oito centros de distribuição, localizados em 16 Estados.