Vice-presidente do Corinthians é preso e depõe na Lava Jato
Da Redação com agências
Foto(s): Divulgação / Arquivo
André Luiz de Oliveira, vice-presidente do Corinthians, chega à sede da Polícia Federal em São Paulo
Palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, e que já recebeu exatos 60 jogos oficiais do Corinthians desde maio daquele ano, a Arena Corinthians está no alvo das investigações da Operação Lava Jato por suspeita de pagamento de propina por parte da Odebrecht, construtora responsável pelas obras.
Nesta terça-feira, pela 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada "Operação Xepa", um dos vice-presidentes do clube cumpriu mandado de condução coercitiva (obrigação de atender a uma intimação) autorizado pelo juiz Sergio Moro, responsável pela operação e que já expediu mais de 130 mandados de prisão. Quem foi ouvido nesta terça foi André Luiz Oliveira, o André Negão, aliado político de Andrés Sanchez e dirigente do Corinthians desde o início de 2015.
De acordo com o Ministério Público Federal, um diretor da Odebrecht aparece em planilhas da empresa responsável pelas obras da Arena Corinthians como autor de solicitações de pagamento de R$ 500 mil para uma pessoa identificada como "Timão". Segundo o procurador do Ministério Público Federal, Carlos Fernando Santos de Lima, alguns dos codinomes contidos nas planilhas já foram decifrados. Lima, porém, não revelou se o "Timão" já é conhecido após a análise de dados e afirmou que "na medida do possível, o juiz Sergio Moro baixará o sigilo e os fatos ficarão mais claros".
A Arena Corinthians é o único estádio entre os empreendimentos citados na operação.
André Negão foi conduzido à sede da Polícia Federal na manhã desta terça-feira por quatro autoridades policiais que integram o Grupo de Trabalho da Operação Lava Jato. Foram 110 ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.
Estão sendo cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva. Os investigados responderão, dentre outros, pelos crimes de corrupção, evasão de pisas, organização criminosa e lavagem de ativos.
De acordo com evidências surgidas em fases anteriores da Operação Lava Jato, um setor da Odebrecht tinha dentre suas missões viabilizar, mediante “pagamentos paralelos”, atividades ilícitas em favor da empresa.
Vice-presidente do Corinthians é preso pela PF por posse ilegal de armas
André Luiz de Oliveira foi levado durante operação ligada à Lava Jato. Ele é suspeito de receber propina para a construção da Arena Corinthians.
O vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, foi preso em flagrante pela Polícia Federal nesta terça-feira (22) por posse ilegal de armas, informou a PF. Ele havia sido alvo de condução coercitiva pela manhã – quando uma pessoa é levada a depor mesmo contra a sua vontade. Na casa do dirigente corintiano, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, a polícia encontrou duas armas de fogo com registro irregular.
Segundo a PF, foram encontradas duas pistolas calibre 380. Ele foi liberado após pagar R$ 5 mil de fiança.
A Operação Lava Jato investiga se Oliveira teria recebido o pagamento de propina de R$ 500 mil relacionada à construção da Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.
Uma planilha apreendida pelos investigadores aponta pagamento de R$ 500 mil em data não especificada a alguém de codinome Timão, que a PF acredita ser Oliveira.O contato para o pagamento, de acordo com o documento, é Antônio Roberto Gavioli, diretor do contrato na Odebrecht Infraestrutura, vinculado à Arena Corinthians.
Procurada, o Corinthians informou, em nota, que "quaisquer irregularidades ou desvios de conduta, constatados por autoridades ou não, serão devidamente apurados, e a instituição tomará todas as providências a si cabíveis para punir os responsáveis, bem como diligenciar para que todos os prejuízos causados ao Clube e à Arena Corinthians sejam ressarcidos" (leia abaixo a nota na íntegra).
A Odebrecht informou, sobre a 26ª fase da Lava Jato, que "tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários”.
Leia a nota do Corinthians, na íntegra
"O SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA vem a público, por meio da presente NOTA OFICIAL, esclarecer que:
1 - Até o momento, o SCCP ainda não assinou o Certificado de Aceitação Final da Obra (CAF) da Arena Corinthians, o que significa dizer que a Obra não foi, inclusive contratualmente, dada por concluída pelo SCCP;
2 - O SCCP solicitou e recebeu Relatório de Acompanhamento da Obra das empresas de arquitetura para confrontação entre o contratado pelo Clube e o efetivamente executado pela construtora; Relatório este que já foi enviado à construtora para que preste esclarecimentos;
3 - O SCCP vem executando uma verificação de engenharia com profissionais técnicos e independentes, e encontra-se na fase final da contratação de uma auditoria completa em relação às áreas de elétrica, hidráulica, TI e infraestrutura total da Arena Corinthians;
4 - Os valores correspondentes a itens previstos no Contrato de Construção - EPC e que não tenham sido realizados pela construtora serão objeto de abatimento junto ao SCCP, estando os mesmos, ainda, em fase de verificação final, observando-se que servirão de motivação para o ressarcimento dos prejuízos causados à Arena Corinthians e, consequentemente, ao Clube;
5 - O Sport Club Corinthians Paulista atesta por meio desta que quaisquer irregularidades ou desvios de conduta, constatados por autoridades ou não, serão devidamente apurados, e a Instituição tomará todas as providências a si cabíveis para punir os responsáveis, bem como diligenciar para que todos os prejuízos causados ao Clube e à Arena Corinthians sejam ressarcidos.
O que for justo e correto, sempre será a busca do Corinthians, em respeito ao seu torcedor e ao Brasil.