Na noite de domingo, 22 de janeiro, o trio de acionistas de referência da Americanas, Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, os homens mais ricos do Brasil com uma fortuna somada de R$ 185 bilhões, soltaram uma nota para dizer que nada sabiam do rombo de R$ 20 bilhões.
Na nota ainda diziam que lamentavam “profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos”. A Americanas pediu recuperação judicial, mas os bancos não engoliram essas “perdas”, como diz o comunicado do 3G.
O NeoFeed conversou com alguns banqueiros depois do comunicado e pôde atestar que o clima é de revolta e, principalmente, de guerra. “Eles se dizem vítimas no comunicado. Isso não existe, os três são profissionais. Não viram nada por mais de uma década?”, diz um banqueiro de alta patente. “É fraude, é crime, não tem discussão.”
O rastro de estrago nos balanços dos bancos é grande. A varejista, com dívida de R$ 43 bilhões, tem empréstimos com as maiores instituições financeiras do País. Bradesco (R$ 4,7 bilhões), Santander (R$ 3,7 bilhões), Itaú (R$ 3,4 bilhões), Safra (2,4 bilhões), BTG (R$ 1,9 bilhão) e Banco do Brasil (R$ 1,3 bilhão) estão entre os maiores credores. Há ainda o BV e o ABC. E, ao que parece, nenhum deles deixará barato.
O que tem mais revoltado os bancos é o fato de, até agora, os três não terem se pronunciado sobre uma injeção de capital na companhia. No mercado, a conversa que tem circulado é a de que até quarta-feira, 25 de janeiro, os três acionistas de referência apresentarão uma proposta do que pretendem fazer.
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