Durante conversa preliminar com os procuradores da República José Roberto Santoro e Ronaldo Albo, a ex-namorada do senador baiano Antônio Carlos Magalhães, Adriana Barreto, fez revelações destruidoras contra o carismático político baiano, acusado de ser o mandante das escutas telefônicas ilegais feitas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
A conversa, a que a revista Época teve acesso com exclusividade, começou com Adriana contando que foi namorada do político durante nove anos.
Adriana contou aos procuradores que teve duas conversas com o senador sobre escuta telefônica.
A primeira, há cerca de dois anos, ocorreu quando os dois estavam juntos.
Segundo Adriana, o senador lhe mostrou transcrições de grampos de conversas de alguns adversários na política baiana – como uma em que os deputados Jonival Lucas (ex-PPB) e Leur Lomanto (ex-PFL) se referiam ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB), arqui-rival do senador, como 'agatunado'.
A segunda conversa ocorreu em meados do ano passado, quando a advogada já havia rompido com ACM e se unira a Plácido Faria.
Desta vez, ACM foi explícito. Contou que tinha uma relação de políticos grampeados e que decidira incluir Plácido nas escutas.
"Eu vou grampear seu namorado", teria dito o Senador, segundo Adriana. "Vai ser para seu bem".
A advogada disse ainda que mais de uma vez ACM telefonou para ler trechos das transcrições para Adriana.
Ela contou que o senador mandava tirar fotografias e filmá-la quando saía à rua.
Dias depois, ocorreu uma cena que disse ser inesquecível. Adriana e Plácido tiveram uma conversa acalorada pelo telefone.
O novo namorado, advogado, tentava convencer Adriana, recém-rompida com o governador, a abandonar seu emprego público. Adriana se negava. Disse que já era grande e sabia como conduzir sua vida. Os dois discutiram.
Adriana disse então que, para sua surpresa, depois dessa discussão ela recebeu um telefonema do senador.
"Você reagiu muito bem", disse-lhe ACM, como ela mesma relata, segundo a transcrição feita pela revista Época.
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