O presidente do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa, disse que a prisão do argentino Desábato, do Quilmes, acusado de racismo contra o atacante Grafite, serve de exemplo para todo o mundo.
"Isso serve de exemplo para o mundo inteiro. Aqui no Brasil nós não aceitamos esse tipo de desaforo", declarou o cartola em entrevista à rádio Jovem Pan. "O São Paulo está consciente de ter feito o certo".
"O racismo está crescendo no mundo inteiro. Isso é uma coisa abominável, que não se pode tolerar de maneira alguma. Isto é absolutamente inadmissível", completou.
No primeiro tempo do jogo entre São Paulo e Quilmes, o jogador argentino xingou Grafite de forma racista. O brasileiro reagiu, empurrou o rosto do rival e foi expulso de campo. As imagens da TV flagraram a cena.
"Era uma coisa que nenhum de nós agüentaria, por isso ele revidou a agressão. O Grafite era um pouco nervoso antes, mas nos últimos tempos ele se mostrou uma pessoa calma", justificou o cartola.
Logo após o término da partida, o delegado Oswaldo Nico Gonçalves, superintendente do Garra, conduziu o jogador para o 34º Distrito Policial, onde o jogador foi preso.
"O Grafite disse que estava inconformado, e eu disse a ele que, se quisesse levar a diante, poderia prestar uma queixa", contou o presidente são-paulino, que conversou com o atacante por telefone logo após o fato.
Grafite já havia sido vítima de manifestação racista dos jogadores de Quilmes no jogo de ida, na Argentina. Na ocasião, o clube enviou uma carta de desculpas ao São Paulo.
"Na carta eles estavam se desculpando, dizendo que não era características de seus jogadores e orientação da diretoria o que aconteceu. Anexamos a carta no CT (Centro de Treinamento) para que os jogadores vissem", disse Gouvêa.
Depois do novo incidente, nesta quarta-feira, a diretoria do Quilmes procurou o presidente do clube do Morumbi pedindo uma intervenção. Gouvêa, no entanto, disse que as leis brasileiras deveriam ser respeitadas.
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